SHIFT: Ambiente, Território e Sociedade
SHIFT: Ambiente, Território e Sociedade
Missão
O grupo de investigação Ambiente, Território e Sociedade (GI SHIFT) tem como missão desenvolver pesquisa inter-e-transdisciplinar, com base em análise crítica e reflexiva, para gerar conhecimento transformador das dinâmicas sociais, territoriais e de governança subjacentes a desafios socioecológicos; e dos caminhos de transição para sociedades mais justas, resilientes e sustentáveis.
Objetivos
O GI SHIFT tem um duplo objectivo. Por um lado, desenvolver investigação inter-e-transdisciplinar sobre as dinâmicas sociais, territoriais e de governança subjacentes a desafios socioecológicos, com uma perspetiva crítica e reflexiva destes processos. Por outro lado, desenvolver conhecimento transformador dos caminhos de transição para sociedades mais justas, resilientes e sustentáveis. O grupo é composto por membros com formações disciplinares diversas, nomeadamente, em sociologia, geografia, antropologia, demografia, arquitetura paisagista, planeamento urbano, comunicação audiovisual e cinema. Também enquadra frequentemente investigadores convidados de universidades externas, além de participar ativamente nas plataformas de transferência de conhecimento da ULisboa como os colégios (Alimentação, Agricultura e Florestas, Colégio F3). A ferramenta de ciência aberta e participação pública do GI SHIFT - OBSERVA (Observatório de Ambiente, Território e Sociedade) tem como alvo diferentes públicos.
Principais linhas de investigação
- AMBIENTE, AÇÃO CLIMÁTICA, ENERGIA E RISCO, com enfoque nas representações sociais, implicações socioecológicas e políticas das dinâmicas ambientais, bem como nos processos de mitigação e adaptação às alterações climáticas às escalas local e regional. É promovido o envolvimento de stakeholders e comunidades, de forma a fomentar processos de aprendizagem social e auto-organização em matérias como vulnerabilidade climática e costeira, gestão da água e resíduos, mar e biodiversidade, saúde pública e estilos de vida, bem como uso de recursos naturais e equidade socioambiental. São também abordados os aspetos sociais e culturais da energia: usos, aceitação de tecnologias, pobreza energética, práticas de energia transformativas. Temos vindo também a indagar o modo como as transformações ambientais, em particular as alterações climáticas têm contribuído para agravar a vulnerabilidade das comunidades locais. E, por conseguinte, de que forma se poderá reforçar a resiliência dos grupos sociais mais vulneráveis, rumo a uma adaptação e transformação justas, na linha dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris.
- TRANSIÇÕES ALIMENTARES, com enfoque na segurança alimentar, consumo e produção sustentáveis, planeamento alimentar urbano e práticas agroalimentares. São abordadas perspetivas inovadoras sobre: insegurança e pobreza alimentares centradas no acesso e consumo; desenho e implementação de estratégias alimentares promotoras de sustentabilidade em zonas urbanas e suas interligações com as bacias alimentares circundantes e zonas rurais; processos espaço-temporais das práticas agroalimentares e seus impactos nos recursos e ecossistemas. A nossa investigação é interdisciplinar e transdisciplinar, juntando uma diversidade de perspetivas das ciências sociais e humanas, ciências da saúde e da vida, e de abordagens teóricas e metodológicas plurais. Vários elementos do GI SHIFT fazem parte do ICS Food Hub.
- TRANSIÇÕES URBANAS, “Transições”: exploramos o presente da urbanização com uma tensão normativa para pensar, imaginar e dar forma a futuros mais justos, inclusivos e sustentáveis; “Urbanas”: estudamos os varieados processos, práticas e problemas socioeconómicos e socioecológicos interligados com a incessável expansão e reconfiguração das geografias humanas (e não-humanas). A nossa investigação é intrinsecamente interdisciplinar e transdisciplinar, para uma visão aberta, diversificada e interligada de problemas e soluções - Urban Transitions Hub.
- ENVOLVIMENTO PÚBLICO COM CIÊNCIA E TECNOLOGIA: as ciências sociais encontram-se numa posição privilegiada para colmatar o fosso entre a investigação académica e a sociedade em geral. Compreender o que o público necessita e espera da investigação e desenvolvimento tecnológico, e como os investigadores e engenheiros podem melhor corresponder a estas necessidades e expectativas, é crucial. À medida que cresce a desconfiança na ciência e tecnologia, com claros impactos nos esforços para enfrentar os desafios que ameaçam a vida, tais como as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, ou os riscos para a saúde pública, é vital explorar formas de envolver os cidadãos com a ciência e a tecnologia de forma profícua. A inclusão de todos os grupos sociais em processos deliberativos de natureza técnico-científica é de importância primordial. Sub-tópicos: Estudos sociais da ciência e da tecnologia; Riscos ambientais e controvérsias científicas; Doenças zoonóticas e de origem alimentar; Cultura científica, comunicação científica e envolvimento; Interdisciplinaridade na ciência da sustentabilidade.
Temas emergentes no GI SHIFT têm abordado as várias causas e consequências do deslocamento forçado de populações numa perspetiva temporal ampla e interdisciplinar — desde os resultantes de conflitos violentos/armados levando a fluxos de refugiados e a criação de campos para o efeito, ao impacto de políticas e mega-projectos de desenvolvimento (exploração de minério e combustíveis fósseis, plataformas transformadoras, agricultura intensiva, etc), despejando comunidades das suas terras. Esta frente tem ganho preponderância dentro do grupo, no contexto da África Austral e dos países da CPLP.
No GI SHIFT promovem-se diálogos com o campo emergente dos estudos multiespécies e das humanidades ambientais cultivando uma atenção detalhada para com vidas humanas e não humanas, matéria orgânica e inorgânica (e.g. micro-organismos, animais, plantas, oceanos, florestas, objectos, corpos celestes). O HAS - Human-Animal Studies Hub é um dos espaços onde estes debates têm ganho destaque.
Abordagens metodológicas, colaborações, formação e disseminação
O GI SHIFT faz uso tanto de métodos qualitativos como de quantitativos onde, aliado ao rigor e sistematização da recolha e análise de dados robusta, se investe também na exploração de métodos inventivos e criativos (e.g. métodos audiovisuais e digitais; o corpo como ferramenta de recolha de dados sensoriais e cinestésicos). Esta procura por uma abordagem “multimodal” (video, fotografia, paisagens sonoras, instalação, performance, video-jogos — ou combinações destes) constitui, simultaneamente, ferramenta de pesquisa e formato de disseminação do grupo.
A investigação no GI SHIFT é feita frequentemente em colaboração com investigadores de outras áreas científicas fora das ciências sociais e em parcerias internacionais. São desenvolvidos projetos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e Comissão Europeia, bem como por várias outras entidades públicas e privadas, com e sem fins lucrativos.
O GI SHIFT está envolvido em vários cursos de formação avançada do ICS, com destaque para o Programa Doutoral em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, o Programa Doutoral em Sociologia: Conhecimento para Sociedades Abertas e Inclusivas, o Programa Doutoral em Estudos do Desenvolvimento e o Programa Doutoral em Ciências da Sustentabilidade, assim como Escolas de Verão e de Inverno. O GI dispõe de uma importante ferramenta de disseminação, o OBSERVA Observatório de Ambiente, Território e Sociedade, que promove ações de formação e seminários sobre políticas e public policy e research briefs e um blogue, para além de um leque alargado de outras atividades de disseminação de conhecimento a stakeholders e públicos não académicos (administração central e local, escolas, ONG, empresas, etc.).
