Cronologia

  • Gabinete de Investigações Sociais (GIS)

    A história do ICS inicia-se em 1962, com a criação do Gabinete de Investigações Sociais (GIS). Fundado por Adérito Sedas Nunes, uma figura carismática da Sociologia portuguesa, o GIS era constituído por um pequeno número de investigadores de excelência na área das Ciências Sociais. O seu trabalho combinava liberdade de pesquisa e inovação com um interesse genuíno pelos constrangimentos da sociedade portuguesa, vindo a ter um impacto considerável numa sociedade em que as Ciências Sociais eram vistas com desconfiança. Durante o final dos anos 60 e o início dos anos 70, uma série de bolsas atribuídas pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo governo permitiram ao GIS expandir-se e incorporar novos investigadores. Desde esse primeiro momento, o GIS começou a constituir uma Biblioteca que se tornou a mais importante biblioteca de investigação em Ciências Sociais em Portugal.

  • Análise Social

    Um ano mais tarde, o GIS iniciou a publicação da Análise Social, a primeira revista científica a acolher investigação em Ciências Sociais sobre questões portuguesas, nomeadamente a modernização social, as dimensões críticas dos percursos de vida, a educação e os processos de desenvolvimento económico, bem como as dinâmicas históricas que lhes estavam associadas.

  • Crescimento Decisivo

    As mudanças políticas de 1974 tiveram um impacto decisivo nas Ciências Sociais. Beneficiando do regresso de ex-exilados, o GIS ampliou a sua equipa e diversificou a sua pesquisa. Destacaram-se, neste período, as contribuições sobre questões epistemológicas e metodológicas, bem como uma investigação sistemática sobre a identidade social e política contemporânea de Portugal.

  • AHS - Arquivo de História Social

    Em 1979, criou-se o AHS - Arquivo de História Social (na época chamado Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras). O Arquivo acolhe coleções de documentos doadas por investigadores e por outros atores sociais e políticos, constituindo um recurso valioso para quem investiga questões relacionadas com a história social do mundo contemporâneo.

  • Instituto de Ciências Sociais

    O ano de 1982 foi um importante ponto de viragem, uma vez que o GIS se tornou numa Unidade Orgânica da Universidade de Lisboa, alterando o seu nome para Instituto de Ciências Sociais (ICS). Sociologia, História, Antropologia, Demografia, Economia e Psicologia Social tornaram-se nas suas principais áreas disciplinares, ainda que com um foco permanente na interdisciplinaridade, uma das principais características da tradição de investigação do ICS. O impacto da sua produção científica contribuiu, em vários aspetos, para a renovação de algumas destas disciplinas.

  • Maria Filomena Mónica e Villaverde Cabral

    Maria Filomena Mónica tornou-se Presidente do Conselho Diretivo do ICS entre 1990 e 1991. Com um doutoramento em Sociologia pela University of Oxford, Maria Filomena Mónica escreveu vários livros sociológicos e históricos, contribuíndo de forma muito ativa em várias plataformas da sociedade portuguesa.
    Durante esse período, Manuel Villaverde Cabral foi o Presidente do Conselho Científico. Doutorado em História pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, antigo Diretor da Biblioteca Nacional, e futuro Vice-Reitor da Universidade de Lisboa, Villaverde Cabral foi autor de importantes obras sociológicas e históricas sobre Portugal contemporâneo.

  • Eduarda Cruzeiro e João de Pina-Cabral

    Entre 1992 e 2007, a Presidente do Conselho Diretivo foi Eduarda Cruzeiro. Uma importante socióloga portuguesa, com uma importante obra sociológica, também doutorada pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, Eduarda Cruzeiro integrou o ICS desde o seu início, ao mesmo tempo que era docente do ISCTE-IUL. Este foi um período em que o ICS conheceu muitas transformações no seu perfil institucional. Durante os seus anos enquanto Presidente, Manuel Villaverde Cabral foi Presidente do Conselho Científico entre 1991 e 1997, seguido de João de Pina-Cabral entre 2004 e 2007.
    João de Pina-Cabral é um cientista social internacionalmente reconhecido com uma vasta publicação na área da antropologia social e foi Diretor da School of Anthropology and Conservation na University of Kent, Reino Unido, entre 2012 e 2015.
    Este foi um período em que o ICS mudou, de várias formas, o seu perfil institucional. O ICS lança o seu primeiro curso de pós-graduação, o Mestrado em Ciências Sociais, com duas linhas principais de pesquisa: Cultura e Mudança Social; e História e Sociologia das Relações de Poder.

  • Unidade de Investigação e Desenvolvimento

    A partir de 1994, o ICS torna-se numa Unidade de I&D financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Este financiamento permitiu a expansão do ICS e a sua consolidação institucional. Desde então, surgiram novos projetos de investigação, expandiram-se os programas de Pós-Graduação, lançaram-se projetos editoriais, e investiu-se no crescimento da Biblioteca e de outras infraestruturas do Instituto. Este foi um período de crescente internacionalização, bem como do alargamento dos temas de investigação, os quais passaram a incluir, cada vez mais, questões transnacionais.
     

  • Imprensa de Ciências Sociais

    É fundada a Imprensa de Ciências Sociais, a mais importante editora universitária portuguesa na área das Ciências Sociais. A criação da Bolsa Afro-Brasileira em Ciências Sociais, nesse mesmo ano, estimulou a estadia de vários investigadores destas áreas geográficas no ICS.
     

  • Manuel Villaverde Cabral

    Manuel Villaverde Cabral torna-se Vice-Reitor da Universidade de Lisboa. Na mesma altura, são lançados no ICS programas de Doutoramento em Ciências Sociais.

  • Laboratório Associado

    O ICS foi reconhecido pelo Ministério Português da Ciência como Laboratório Associado. Este estatuto permitiu a integração de novos investigadores, a ampliação das equipas de investigação, o estabelecimento de novos programas de pós-graduação, bem como o reforço da internacionalização. Este reconhecimento foi complementado pela classificação do ICS com Excelente pelas avaliações por painéis internacionais que decorreram em 1996 e 1999. Cinco Linhas Temáticas organizaram a pesquisa individual desenvolvida no ICS durante este período: A Formação do Mundo Contemporâneo; Cidadania e Instituições Democráticas; Famílias, Estilos de Vida e Educação; Identidade, Migrações e Religião; Sustentabilidade: Ambiente, Risco e Território.

  • Novas Instalações

    O ICS deslocou para novas instalações, capacitadas para apoiar as necessidades de investigação, tornando assim possível desenvolver a ampla gama de atividades que caracterizam, atualmente, o Instituto.

  • Manuel Villaverde Cabral e Jorge Vala

    Manuel Villaverde Cabral foi eleito Diretor do ICS em 2007, cargo que assumiu até 2009 quando foi eleito Vice-Reitor da Universidade de Lisboa. Villaverde Cabral foi acompanhado por Jorge Vala enquanto Presidente do Conselho Científico. Nesse mesmo ano, o ICS comemorou o 25.º aniversário enquanto Unidade de Investigação da Universidade de Lisboa, insistindo-se na ampliação dos seus objetivos institucionais, nomeadamente a excelência da investigação e o reconhecimento internacional.

  • José Manuel Rolo

    Com a aposentação de Manuel Villaverde Cabral, José Manuel Rolo, Investigador Principal do ICS e um economista portugués com um histórico muito importante, ocupou, entre junho e outubro de 2009, o lugar de Diretor do ICS.
     

  • Jorge Vala

    Jorge Vala foi eleito Diretor do ICS, ocupando, simultaneamente, o cargo de Presidente do Conselho Científico. Doutorado pela Universidade de Louvain, docente em várias universidades portuguesas e estrangeiras, Jorge Vala é um psicólogo social especializado em questões de racismo, migrações, atitudes politicas e justiça social. Em 2010, recebeu o prestigiado Prémio Codol da Associação Europeia de Psicologia Social e, em 2013, o Prémio de Carreira da Associação Portuguesa de Psicologia.
    Durante este período, o ICS ampliou os seus programas de doutoramento, iniciando o projeto de uma Escola Doutoral em Ciências Sociais. A oferta letiva conta com vários cursos doutorais nas áreas da Antropologia, Geografia, História, Ciência Política, Psicologia Social e Sociologia, incluindo cursos interuniversitários como o Programa Interuniversitário de Doutoramento em História: Mudança e Continuidade num Mundo Global (PIUDHist) e o Programa de Doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável. Foram lançadas, também, várias Escolas de Verão.

  • Excelência

    O ICS passa por um novo processo de avaliação científica e de financiamento, relativo ao período de 2015-2020, obtendo a classificação de Excelente. A comunidade do ICS esteve profundamente envolvida neste processo, o que estimulou a sua reflexividade e coesão interna. Com o título Sociedades em Mudança: Legados e Desafios, tema analisado a partir das lentes da Inclusão, Cidadania e Sustentabilidade, este programa propõe uma agenda de investigação assente nos cinquenta anos de excelência de investigação do Instituto, abrindo caminho para uma nova era como unidade de pesquisa dentro da recém-fundida Universidade de Lisboa (ULisboa).

    Herdando o património das linhas de investigação anteriores, a investigação no ICS organiza-se, doravante, em grupos de investigação: Ambiente, Território e Sociedade; Atitudes e Comportamentos Sócio-políticos; Identidades, Culturas, Vulnerabilidades; Impérios, Colonialismo e Sociedades Pós-coloniais; Percursos de vida, Desigualdades e Solidariedade: Práticas e Políticas; Poder, Sociedade e Globalização; Regimes e Instituições Políticas.

    Já reconhecido como uma Escola da Universidade de Lisboa, o ICS pretende consolidar a sua posição enquanto instituição de Estudos Avançados em Ciências Sociais.

  • 50 anos

    O ICS comemora 50 anos. Durante este ano, várias atividades foram realizadas, como a publicação do fascículo 200º da revista Análise Social, o 2º Encontro de Investigação no ICS, os doutoramentos Honoris Causa atribuídos pela Universidade de Lisboa a Jack Goody e a Philippe Schmitter, bem como a Conferência Anual do ICS dedicada ao tema: 'Portugal em Mudança - Diversidade, Assimetrias e Contrastes'.
     

  • José Luís Cardoso

    Em 2014, José Luís Cardoso é eleito Diretor do ICS. Antigo professor do ISEG, com um doutoramento em Economia, José Luís Cardoso juntou-se ao ICS em 2006. Um especialista internacionalmente conhecido na História do Pensamento Económico, José Luís Cardoso colaborou e colabora com várias universidades portuguesas e estrangeiras. Co-editor das revistas The European Journal of the History of Economic Thought, do E-Journal of Portuguese History, é também o coordenador do PIUDHist, Programa inter-universitário em História, e Presidente da European Society for the History of Economic Thought (2014-2016).

    Ao mesmo tempo, Ana Nunes de Almeida foi eleita Presidente do Conselho Científico. Antiga Pró-Reitora da Universidade de Lisboa, coordenadora do OpenSoc, Programa Inter-Universitário em Sociologia, Ana Nunes de Almeida é uma importante socióloga portuguesa, que publicou intensamente nas áreas de família infância e educação. Lançou, no ICS, o Observatório da Educação, e na ULisboa, o Observatório dos Percursos dos Estudantes.

  • Karin Wall

    Karin Wall
    Em 2018, Karin Wall, Investigadora Coordenadora, foi eleita Diretora do ICS-ULisboa.  É doutorada em Sociologia (Université de Genève, 1994) com habilitação (Universidade de Lisboa, 2010). 
    Leciona a nível graduado e pós-graduado desde 1980, no ISCTE-IUL e no Instituto de Ciências Sociais. Orientou vinte teses de doutoramento concluídas. As suas principais áreas de especialização são a sociologia da família e das relações de género, a análise comparativa de políticas sociais e a sociologia das migrações. A sua investigação e publicações centram-se nas mudanças na família e relações de género em Portugal e na Europa, na conciliação trabalho-família, na paternidade e no papel dos homens na família, nas solidariedades e redes sociais ao longo da vida, nas migrações e vivências transnacionais, nos desenvolvimentos nas políticas de família na Europa e no impacto da crise nas crianças e na vida familiar. 
    É membro fundador da Associação Portuguesa de Sociologia (1985) e da Associação Europeia de Sociologia (1992). Entre 2003 e 2007, coordenou a Rede de Investigação em Sociologia das Famílias e Vida Privada da Associação Europeia de Sociologia. Foi coordenadora de projetos de investigação e de redes a nível nacional e internacional, nomeadamente no contexto dos Programas-Quadro da Comissão Europeia e da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Entre 2006 e 2016 coordenou a linha temática Famílias, Estilos de vida e Escolaridade e o Grupo de Investigação Percursos de Vida, Desigualdades e Solidariedades: Práticas e Políticas. Participou em vários painéis de avaliação a nível nacional e internacional, na Comissão Europeia (6º PQ), no Conselho de Investigação Económica e Social (Reino Unido), na Fundação para a Ciência e Tecnologia, na Fundação Nacional de Ciências da Suíça e no European Research Council. Coordenou, em 2015, o painel de Ciências Sociais e Humanas do ERC. Em 2016 coordenou o Grupo de Reflexão sobre a Avaliação da Ciência e Tecnologia pela FCT (MCTES). Trabalha, desde 1994, como especialista internacional em políticas familiares em várias instituições e redes europeias. Foi membro do Observatório Europeu de Políticas Nacionais de Família. Foi membro do Comité de Peritos em Políticas Sociais para Famílias e Crianças do Conselho da Europa. É membro da International Network on Leave Policies and Research. Em 2018, foi professora visitante na Universidade de Genebra (Alba Viotto Professorship). Foi fundadora e coordenadora até 2018 do Observatório de Famílias e Políticas Familiares (OFAP).

    Ana Nunes de Almeida
    Em 2018, Ana Nunes de Almeida, Investigadora Coordenadora do ICS-ULisboa, foi reeleita Presidente do Conselho Científico. 
    Lisboeta, nascida em abril de 1957, é casada e mãe do Tiago, Inês e Maria - e avó do Manuel Xavier e Francisca. Aluna do Liceu Nacional de Oeiras (1969-1974), frequentou a fileira científica no 3º ciclo, com o objetivo de vir a ser investigadora em Física. Contudo, e graças ao 25 de Abril, a vocação sofre uma viragem decisiva. Termina a licenciatura em Sociologia em 1979 (Fac. des Sciences Économiques et Sociales, Univ. Genève). Doutora-se em Sociologia em 1991, no ISCTE. Faz as provas de habilitação na Universidade de Lisboa (2008). 
    Coordenou o Doutoramento InterUniversitário em Sociologia, OpenSoc - Conhecimento para Sociedades Abertas e Inclusivas (consórcio que integra o ICS, ISCSP e ISEG - ULisboa, a FCSH da Nova, o IIFA da UEvora e a Faculdade de Economia da UAlg) entre 2010 e 2014. É membro do Bureau do Comité de Recherche Sociologie de l'Enfance da Association Internationale des Sociologues de Langue Française, bem como da Direção da Research Network Childhood da European Sociological Association. Entre os seus objetos científicos preferidos contam-se a família, a infância e a escola. Desenvolve atualmente pesquisa na área das culturas infantis e catástrofes, crianças e animais.
     

  • Excelente

    Na sequência do processo de Avaliação de Unidades de I&D 2017/2018, promovido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o ICS foi avaliado por um painel internacional tendo obtido, uma vez mais, a classificação de ‘excelente’. 
    O ICS, enquanto instituição de investigação integrada na ULisboa e Laboratório Associado da FCT, tem uma responsabilidade nos contributos a prestar ao Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) com o objetivo último de contribuir para o seu crescimento e reforço através da investigação, da formação científica avançada, da transferência do conhecimento para públicos alargados e das infraestruturas de conhecimento e de investigação.
    O seu programa estratégico 2019-2022, intitulado ‘Sociedades em Mudança: Legados e Desafios’ propõe uma agenda de investigação a partir dos temas da Inclusão, Cidadania e Sustentabilidade. 

  • Marina Costa Lobo

    Em 2023, Marina Costa Lobo, Investigadora Coordenadora, foi eleita Diretora do ICS-ULisboa. É doutorada em Ciência Política pela Universidade de Oxford, com uma tese sobre o Poder do Primeiro-Ministro e o funcionamento do Governo no Portugal democrático. Atualmente é Diretora, e Investigadora Coordenadora, do Instituto de Ciências Sociais onde desenvolve trabalhos na área das instituições e comportamentos políticos dos portugueses em perspetiva comparada. Tem publicado sobre instituições políticas em Portugal, partidos políticos e a UE, e sobre o impacto dos lideres no comportamento de voto. É atualmente coordenadora do Comportamento Eleitoral dos Portugueses, tendo ajudado a elaborar os primeiros inquéritos pós-eleitorais realizados em Portugal - tendo implementado inquéritos desde 2002 até 2019 em todas as eleições legislativas. Em 2016 ganhou um Projecto ERC- European Research Council - Consolidator Grant. O título do Projecto é Mapping and Analysing the Politicisation of the EU before and after the Eurozone Crisis (www.maple.ics.ulisboa.pt). Em 2018 ganhou o Prémio Cientifico da Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos. Em 2021 tornou-se Editora da Revista European Political Science Review. É Chair do CSES (Comparative Study of Election Systems - www.cses.org) desde 2023.