Filipe Carreira da Silva
Filipe Carreira da Silva é investigador coordenador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e fellow do Selwyn College da Universidade de Cambridge. É, desde 2012-2013, professor convidado no Departamento de Sociologia da Universidade de Cambridge. Em 2023-24, é professor convidado no Departamento de Sociologia do ISCTE-IUL. É o responsável, pelo ICS, do programa de doutoramento interuniversitário em sociologia Opensoc (2023-).
Licenciado em Sociologia (ISCTE, 1998) inicia a sua carreira como Assistente Estagiário no Departamento de Sociologia do ISCTE. Em 2003, conclui o doutoramento na Universidade de Cambridge com uma dissertação em Teoria Sociológica Clássica ("In Dialogue with Modern Times. The Social and the Political Thought of G. H. Mead"). Realizou os seus estudos de pós-doutoramento nos Estados Unidos, primeiro na Universidade de Harvard e, posteriormente, na Universidade de Chicago. Foi investigador convidado no Instituto Van Leer da Universidade Hebraica de Jerusalém em 2009 e no Centro de Sociologia Cultural da Universidade de Yale em 2011. Tem uma habilitação para o exercício de funções de coordenação científica em Sociologia pela Universidade de Lisboa (2016). Esta habilitação foi publicada sob o título de The Politics of the Book pela Penn State University Press em 2019.
A sua investigação tem dado contributos significativos para a sociologia pragmática, explorando uma vasta gama de tópicos, desde a teoria crítica à política do populismo. Os seus trabalhos mais recentes incluem Democratic Resentment e Humanism and Empire. A temática da inclusão/exclusão é central a ambas as obras. Em Democratic Resentment, a publicar pela Oxford University Press, revela a inclusão frequentemente instável de grupos racializados em narrativas populistas e revela a dimensão colonial da modernidade política. Esta é a base do seu próximo livro, Humanism and Empire, em que alarga a discussão ao domínio do humanismo. Aqui, explora como à construção política do "povo" subjaz a questão mais fundamental de quem é considerado humano, centrando-se na crítica anti-colonial ao discurso humanista e antropocêntrico. Os dois livros partilham uma preocupação comum de ligar a dinâmica emocional da política a questões mais amplas de inclusão, identidade e poder num contexto global.
É autor de 9 monografias, organizador de 6 livros e vários números temáticos em revistas científicas, incluindo G.H. Mead. A Critical Introduction (2007, Polity Press), Social Theory in the Twentieth Century and Beyond (2010, Polity Press) e G.H. Mead. A Reader (2010, Routledge). Mead and Modernity. Science, Selfhood and Democratic Politics (2008, Lexington Books) foi galardoado, em 2010, com o prémio da Associação Americana de Sociologia para a melhor obra sobre a história da disciplina. Vencedor do Prémio Científico "Universidade de Lisboa/Caixa Geral de Depósitos” (sociologia) em 2017 e novamente em 2023.
Publicou mais de 40 artigos em revistas nacionais e internacionais com peer-review, incluindo Análise Social, European Journal of Social Theory, International Journal of Constitutional Law, History of Human Sciences, European Societies, Sociology, Theory, Culture & Society e European Journal of Sociology.
Os seus interesses académicos passam pelas teorias sociológicas, sociologia política urbana e estudos sobre cidadania. Desde 2018, co-edita com Mónica Brito Vieira a coleção de livros "Theory Workshop: New Frontiers in Social and Political Theory" (Brill). É atualmente director-adjunto da Análise Social. Desde 2003, coordenou oito projetos de investigação com o apoio de instituições de financiamento nacionais e internacionais. Entre 2017 e 2022, coordenou o projeto Rethinking Populism (PDTC/SOC-SOC/28524/2017), que será publicado em forma de livro como Democratic Resentment. A Global History of Populism from the American Populists to the Present Day (Oxford University Press, 2025).
Atualmente, coordena o projeto Decolonising Humanism (financiamento: British Academy), e é Co-Pi do projeto exploratório FCT Race Trouble (2023-25), coordenado por Sofia Aboim. Este projeto será publicado como livro - Colonial Senses. Colonial Sensorial Regimes and the Anti-Colonial Resistance - pela Cambridge University Press (2025).
Começou a orientar alunos de doutoramento em 2006, tendo até ao momento orientado com sucesso 10 alunos (7 como orientador principal, 3 como co-orientador):
Pedro Pereira Neto, “Ambientalismo e Comunicação Política” (2012)
António Baptista, “Isocracy – A Theory of Democracy” (2013)
Pedro Miguel Martins Mendonça, “Democracy, Populism, and Economic Globalization — An extension of the selectorate theory” (2018)
Julius Maximilian Rogenhofer, “Decisiveness and Fear of Disorder. Rethinking Germany’s response to irregular migration” (2021) A publicar pela Michigan University Press, 2024.
Daniel Davison-Vecchione, “On the Genealogy of Action: Conceptions of the Self in Max Weber and Georg Simmel” (2022)
Joe P.L. Davidson, “Jumpstart: Utopia in the Aftermath of Progress” (2022), a publicar pela MIT Press, 2025.
Maria João Taborda. “Valores e Cinema” (2022)
Abdullah Awad, “Adorno, Aesthetics, and Critical Theory Beyond Europe.” (2022)
Sebastian Raza-Mejia, “Agents in Crisis: Theoretical Studies on Agency, Meaning and Time” (2023)
Iris Pissaride, "Cyprus in the British Empire’s Time and Space: Documents, Objects, and Colonial Practices of Knowledge Production." (2023)
Atualmente, orienta 3 alunos de doutoramento (2 como orientador principal, 1 como membro do Comité de Doutoramento).