Repensando o populismo
Repensando o populismo
Porquê estudar o populismo? Porque o populismo está a crescer, quer à esquerda quer à direita. Debates sobre populismo são hoje em dia omnipresentes - inúmeros programas de televisão, colunas de jornal e artigos de opinião têm-lhe sido dirigidas e todos parecem ter uma opinião formada sobre os perigos que representa. Porém, dentro e fora da academia, o que o populismo é continua a ser uma fonte de confusão e a sua forma de funcionamento um mistério. Meio século de investigação sobre populismo não chegou para que se chegasse a um consenso sobre uma definição mínima de populismo. Hoje em dia, populismo é definido de diferentes formas, uma duplicidade normativa implícita, e a sua operacionalização continua a ser no mínimo difícil.
Neste projeto, propomo-nos desenvolver uma nova abordagem a este tema e testá-la por relação ao caso português de uma perspetiva comparativa. O período do nosso estudo é 2011-2015 e os principais agentes são os partidos políticos, movimentos sociais e o Tribunal Constitucional. O nosso corpus empírico é constituído pelos discursos públicos destes agentes. Teoricamente, esta abordagem apresenta-se como uma alternativa quer às abordagens ônticas, quer às abordagens ontológicas ao populismo que têm dominado o seu estudo desde os anos 60, focando-se antes no trabalho de articulação de certos conteúdos (ônticos) no quadro da lógica do ressentimento que o caracteriza. Metodologicamente, Portugal é concebido como um caso negativo. A nossa hipótese é a de que a articulação performativa da lógica populista do ressentimento por parte dos partidos políticos portugueses, opondo uma parte dos Portugueses contra outra em nome do "povo", não se traduziu em sucesso eleitoral. O nosso objectivo é o de identificar e compreender o que distingue o caso português e as razões por detrás do falhanço relative da maior parte das estratégias populista em Portugal. De modo a clarificar melhor estas dimensões, o nosso estudo compreende uma dimensão comparativa com Espanha, onde o partido Podemos quase que triplicou a sua percentagem eleitoral entre meados de 2014 e o final de 2015.
Populismo, ressentimento, cultura política, partidos políticos
Porquê estudar o populismo? Porque o populismo está a crescer, quer à esquerda quer à direita. Debates sobre populismo são hoje em dia omnipresentes - inúmeros programas de televisão, colunas de jornal e artigos de opinião têm-lhe sido dirigidas e todos parecem ter uma opinião formada sobre os perigos que representa. Porém, dentro e fora da academia, o que o populismo é continua a ser uma fonte de confusão e a sua forma de funcionamento um mistério. Meio século de investigação sobre populismo não chegou para que se chegasse a um consenso sobre uma definição mínima de populismo. Hoje em dia, populismo é definido de diferentes formas, uma duplicidade normativa implícita, e a sua operacionalização continua a ser no mínimo difícil.
Neste projeto, propomo-nos desenvolver uma nova abordagem a este tema e testá-la por relação ao caso português de uma perspetiva comparativa. O período do nosso estudo é 2011-2015 e os principais agentes são os partidos políticos, movimentos sociais e o Tribunal Constitucional. O nosso corpus empírico é constituído pelos discursos públicos destes agentes. Teoricamente, esta abordagem apresenta-se como uma alternativa quer às abordagens ônticas, quer às abordagens ontológicas ao populismo que têm dominado o seu estudo desde os anos 60, focando-se antes no trabalho de articulação de certos conteúdos (ônticos) no quadro da lógica do ressentimento que o caracteriza. Metodologicamente, Portugal é concebido como um caso negativo. A nossa hipótese é a de que a articulação performativa da lógica populista do ressentimento por parte dos partidos políticos portugueses, opondo uma parte dos Portugueses contra outra em nome do "povo", não se traduziu em sucesso eleitoral. O nosso objectivo é o de identificar e compreender o que distingue o caso português e as razões por detrás do falhanço relative da maior parte das estratégias populista em Portugal. De modo a clarificar melhor estas dimensões, o nosso estudo compreende uma dimensão comparativa com Espanha, onde o partido Podemos quase que triplicou a sua percentagem eleitoral entre meados de 2014 e o final de 2015.