Promessas por Cumprir. As Origens da Desigualdade Socioeconómica em Portugal, 1960-2010
Promessas por Cumprir. As Origens da Desigualdade Socioeconómica em Portugal, 1960-2010
Em 2008, foram publicados dois estudos internacionais que colocam o nosso país numa situação paradoxal. Num estudo comparado sobre a constitucionalização dos direitos sociais e económicos (DSE) em 68 países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento (Ben-Bassat e Dahan, 2008), Portugal assume uma posição de destaque: somos o país com o índice mais elevado de constitucionalização dos DSE de todos os países considerados neste estudo internacional (2.45, numa escala de 0 a 3: Ben-Bassat e Dahan, 2008: 107). Também em 2008, a OCDE publicou um estudo aprofundado sobre desigualdades socioeconómicas, que mais uma vez reiterou o carácter estrutural deste problema no nosso país. Portugal é o país da Europa onde o fosso entre ricos e pobres é maior e de entre os países da OCDE só o México e a Turquia apresentam resultados mais negativos (OCDE, 2008). Estes factos não são propriamente uma novidade. Mas confrontam-nos com a natureza simultaneamente estrutural e invulgar deste paradoxo a nível internacional. O que explica que o país com o mais elevado índice de constitucionalização dos DSE seja, simultaneamente, um dos mais desiguais da Europa e da própria OCDE? Esta é a questão que desejamos ver respondida neste projecto.
Instituições políticas, Cidadania social, Grupos de interesse, Direitos sociais e económicos
Em 2008, foram publicados dois estudos internacionais que colocam o nosso país numa situação paradoxal. Num estudo comparado sobre a constitucionalização dos direitos sociais e económicos (DSE) em 68 países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento (Ben-Bassat e Dahan, 2008), Portugal assume uma posição de destaque: somos o país com o índice mais elevado de constitucionalização dos DSE de todos os países considerados neste estudo internacional (2.45, numa escala de 0 a 3: Ben-Bassat e Dahan, 2008: 107). Também em 2008, a OCDE publicou um estudo aprofundado sobre desigualdades socioeconómicas, que mais uma vez reiterou o carácter estrutural deste problema no nosso país. Portugal é o país da Europa onde o fosso entre ricos e pobres é maior e de entre os países da OCDE só o México e a Turquia apresentam resultados mais negativos (OCDE, 2008). Estes factos não são propriamente uma novidade. Mas confrontam-nos com a natureza simultaneamente estrutural e invulgar deste paradoxo a nível internacional. O que explica que o país com o mais elevado índice de constitucionalização dos DSE seja, simultaneamente, um dos mais desiguais da Europa e da própria OCDE? Esta é a questão que desejamos ver respondida neste projecto.