Inês Ponte
Inês Ponte (1979, Lisboa) é antropóloga, investigadora ao abrigo de um contrato CEEC.
Foi investigadora de pós-doutoramento com uma Bolsa Individual Marie Curie (Comissão Europeia), onde desenvolveu o projecto Mobilising Archives: photography in Southwest Angola (sítio virtual: www.hisfotant.org). Combinando trabalho de arquivo em Portugal e de terreno em Angola, o projecto incidiu sobre o desenvolvimento da fotografia com intenção etnográfica através da análise dessas práticas numa mesma região entre as décadas de 1930 e 1990.
Pesquisa sobre cultura material e visual, produção de conhecimento e história da antropologia, através de abordagens etnográficas (Brasil, Angola), museológicas (Portugal, Suíça, Holanda, Bélgica), e a arquivos institucionais e particulares. Tem-se especializado em combinar áreas da antropologia e da história para explorar ligações entre o local-regional-global de uma perspectiva pós-colonial em várias geografias (Angola, Índia), bem como o potencial de metodologias visuais em pesquisa, incluindo o cinema, a fotografia e o desenho.
Colaborou em equipas transdisciplinares, cruzando a antropologia com a psicologia, a literatura, a critica de arte, a educação e a comunicação, em Portugal, Índia, Brasil, Angola e Reino Unido. Em 2022 foi, com Maria José Lobo Antunes, curadora da exposição A Guerra Guardada: fotografia de soldados portugueses em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique (1961-74), no Museu do Aljube, Lisboa. Em 2015 foi co-curadora de Uma Delicada Zona de Compromisso (UDZC), exposição a partir da obra do antropólogo, cineasta e escritor Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010), tendo desenvolvido em paralelo RDC Virtual, um repositório de filmes de e sobre o autor, com livre acesso e catálogo associado. Para além de intervenções no mundo digital, é autora de documentários e ensaios visuais, um catálogo de museu, uma caderneta de apoio à alfabetização rural em olunyaneka, e artigos em revistas com arbitragem científica.
É doutorada em Antropologia Social com Meios Visuais (2015, Universidade de Manchester, Reino Unido, Bolseira da FCT), tendo defendido uma tese sobre produção local e recolha transnacional de bonecas artesanais no Sudoeste de Angola rural e uma versão de 63 minutos do filme Making a Living in the Dry Season. Possui uma pós-graduação em Realização de Documentário (2006, Universidade Lusófona) e é licenciada em Antropologia (2003, ISCTE).
Tem também desenvolvido actividade lectiva no âmbito da cultura material, antropologia visual, metodologias visuais e realização de ficção e documentário (2022, 2019, Escola de Verão ICS-ULisboa; 2017, International Summer School Ways of Seeing, Institute of African Studies, Institute of Anthropology & Institute of Cultural Studies, Leipzig University; 2017, Visual Anthropology Summer School, Institute of Slovenian Ethnology, Ljubljana; 2015-2016, Escola Superior de Comunicação Social-IPL, Lisboa; 2013-2015, Universidade de Manchester, Granada Centre for Visual Anthropology).
Palavras-Chave: Antropologia; Pós-colonialismo; Cultura Visual; Cultura Material; Arquivos; Angola.