Miguel Dantas da Cruz
Miguel Dantas da Cruz é investigador no Instituto de Ciências Sociais (Universidade de Lisboa) e doutorado em História Moderna (Especialidade Impérios, colonialismo e pós-colonialismo) pelo Programa Interuniversitário de Doutoramento em História (2013).
Tem-se dedicado à história das relações internacionais no final do Antigo Regime, com destaque para as questões políticas e económicas. Publicou diversos trabalhos sobre a neutralidade portuguesa na Europa Revolucionária e sobre o comércio externo de Portugal com estados do Atlântico Norte (entre os quais se incluem os E.U.A. e os países escandinavos).
Durante o doutoramento a sua atenção centrou-se no Atlântico Sul e nas dinâmicas administrativas do império português na América. Explorou os mecanismos burocráticos do império e a comunicação política entre diversas instituições do sistema político português, a começar pelo Conselho Ultramarino. O trabalho reconstituiu quem intervinha, e como intervinha, na governação e na defesa do império. A investigação foi subsequentemente publicada em diversos artigos ou capítulos e num livro intitulado Um Império de conflitos. O Conselho Ultramarino e a defesa do Brasil.
Outros tópicos passaram, entretanto, a ser alvo de atenção e de várias publicações, como foi o caso das elites militares das sociedades coloniais. Durante a investigação de pós-doutoramento explorou as dinâmicas de circulação no império português, sobretudo dos miliares de meados do século XVII, articulando essas dinâmicas com o estatuto marcial de cada território. Publicou vários textos que relacionam as visões de império com o imaginário marcial, e que mostram como a União Ibérica e a luta contra os protestantes contribuíram para erosão gradual de uma cultura militar marcada pelo ideal de cruzada e pela luta contra o mundo muçulmano.
O mundo das petições e os movimentos peticionários do início de Oitocentos têm merecido atenção muito especial nos últimos anos de pesquisa, em parte consolidada pela participação no Projeto Resistance (financiado no quadro do programa Horizonte 2020). Igualmente importante no contexto desta recentragem no início do século XIX é o trabalho em curso sobre a Revolução Liberal e suas formas de ritualização pública. A este respeito, convém lembrar a participação no Projeto Public Rituals in the Portuguese Empire.
As contradições do primeiro pensamento liberal português e a adaptação da sociedade ao Liberalismo são outra área de trabalho, destacando-se a investigação sobre o desaparecimento do mundo das corporações de comércio no contexto revolucionário.
Para além de publicações e de diversas comunicações apresentadas em encontros científicos nacionais e internacionais (sobretudo EUA, Brasil, Inglaterra, Itália e França), tem sido um membro ativo na comunidade académica. Recentemente organizou dois grandes eventos internacionais: o ICS Annual Conference “Imperial Wars in a Global Perspective”, em 2017, e o Petitions in the Age of Atlantic Revolutions (c.1760-c.1840), em 2019. É também coorganizador do Ciclo de Seminários “O Atlântico Ibero-Americano. (XVI-XX). Resistências: desafios de uma agenda historiográfica”. Leciona na Universidade de Lisboa, assegurando a coordenação do Seminário História do Brasil / Tópicos de História do Brasil, do Mestrado em História / Mestrado em Estudos Brasileiros.
Artigo em Revista
Livro/Autor
Livro/Editor
Capítulo de Livro
Dicionário/Editor
Entrada em Dicionário/Enciclopédia
Recensão
Outro
Designação | Encontro | Data |
---|---|---|
Imaginários marciais e perceções imperiais: Guerra em Portugal e seu Império no século XVII | 07/08/2018 | |
As contradições da mente liberal: liberais, liberdade de comércio e privilégios corporativos em Portugal (1820-1823) | Atividades CEHPAS | 01/08/2018 |
O pecado liberal: o exército como instrumento de pacificação na América portuguesa (sécs. XVIII a XIX) | XIV Congresso Internacional da Associação de Estudos Brasileiros – Brasa | 28/07/2018 |
The formation of the Portuguese martial imaginary: between the european orthodoxy and the overseas experience (17th and 18th centuries) | The Military Revolution in Portugal and its Empire (15th-18th centuries) – International Congress | 29/05/2018 |