Portas Adentro: modos de habitar do século XVI a XVIII em Portugal
Portas Adentro: modos de habitar do século XVI a XVIII em Portugal
No mundo português do período moderno, paredes, chaves e portas aparecem como elementos recorrentes dos espaços da habitação. Configuravam modos de vida, estabeleciam distinções sociais, consolidavam diferenças de género e delimitavam esferas de autoridade. Os edifícios com funções habitacionais adaptavam-se a usos múltiplos, muito embora o seu objectivo fosse sempre o de proteger as pessoas, ao mesmo tempo queconfiguravam e exprimiam a ordem social vigente. Estudar o modo como as pessoas viviam entre paredes, através dos usos diferenciados do espaço e de padrões próprios de consumo, é o objectivo deste projecto.
No Antigo Regime, a família constituía a referência matricial da vida em comum. Nas casas de habitação, o
grupo co-residente incluía, para além das pessoas ligadas entre si pelo sangue, criados e escravos; todos eles deviam obediência ao pai de família, num contexto em que as diferenças de género imperavam. Às mulheres competiam tarefas próprias, que se materializavam por vezes em espaços diferenciados e formas de consumo específicas. A casa era o seu lugar por excelência, da qual muitas delas (especialmente as de estatuto social mais elevado) saíam apenas em momentos determinados pelos usos sociais.
No entanto, nos espaços comunitários alargados a não familiares, a vida em comum mantinha a família como referência: constituíam-se parentescos fictícios (irmãs e madres nos conventos, por exemplo) e a forma de autoridade escolhida era sempre a paternal.
O projecto organiza-se em torno de tipos de habitação, temporários ou permanentes, a saber:
1. o palácio e a casa senhorial;
2. a habitação familiar rural;
3. as casas femininas de clausura: o conventos e o recolhimento;
6. o convento masculino;
4. o colégio;
5. o hospital;
6. a prisão.
Fontes e métodos: o projecto recorrerá a um acervo diversificado de fontes (inventários orfanológicos e
testamentos, visitas pastorais, dotes de casamento, regras de vida comum, tombos de bens móveis, iconografia, objectos existentes em museus e colecções privadas, livros de receita e despesa, tratados de cozinha, actas de reuniões, crónicas, etc.).
Cada membro da equipa ocupar-se-á de um ou dois tipos de habitação atrás referidos, com os quais esteja mais familiarizado graças ao seu próprio percurso de investigação. O projecto não contempla nesta fase uma zona específica de análise, sendo os seus investigadores livres de escolher os seus estudos de caso, desde que digam respeito a zonas actualmente pertencentes ao território português.
No mundo português do período moderno, paredes, chaves e portas aparecem como elementos recorrentes dos espaços da habitação. Configuravam modos de vida, estabeleciam distinções sociais, consolidavam diferenças de género e delimitavam esferas de autoridade. Os edifícios com funções habitacionais adaptavam-se a usos múltiplos, muito embora o seu objectivo fosse sempre o de proteger as pessoas, ao mesmo tempo queconfiguravam e exprimiam a ordem social vigente. Estudar o modo como as pessoas viviam entre paredes, através dos usos diferenciados do espaço e de padrões próprios de consumo, é o objectivo deste projecto.
No Antigo Regime, a família constituía a referência matricial da vida em comum. Nas casas de habitação, o
grupo co-residente incluía, para além das pessoas ligadas entre si pelo sangue, criados e escravos; todos eles deviam obediência ao pai de família, num contexto em que as diferenças de género imperavam. Às mulheres competiam tarefas próprias, que se materializavam por vezes em espaços diferenciados e formas de consumo específicas. A casa era o seu lugar por excelência, da qual muitas delas (especialmente as de estatuto social mais elevado) saíam apenas em momentos determinados pelos usos sociais.
No entanto, nos espaços comunitários alargados a não familiares, a vida em comum mantinha a família como referência: constituíam-se parentescos fictícios (irmãs e madres nos conventos, por exemplo) e a forma de autoridade escolhida era sempre a paternal.
O projecto organiza-se em torno de tipos de habitação, temporários ou permanentes, a saber:
1. o palácio e a casa senhorial;
2. a habitação familiar rural;
3. as casas femininas de clausura: o conventos e o recolhimento;
6. o convento masculino;
4. o colégio;
5. o hospital;
6. a prisão.
Fontes e métodos: o projecto recorrerá a um acervo diversificado de fontes (inventários orfanológicos e
testamentos, visitas pastorais, dotes de casamento, regras de vida comum, tombos de bens móveis, iconografia, objectos existentes em museus e colecções privadas, livros de receita e despesa, tratados de cozinha, actas de reuniões, crónicas, etc.).
Cada membro da equipa ocupar-se-á de um ou dois tipos de habitação atrás referidos, com os quais esteja mais familiarizado graças ao seu próprio percurso de investigação. O projecto não contempla nesta fase uma zona específica de análise, sendo os seus investigadores livres de escolher os seus estudos de caso, desde que digam respeito a zonas actualmente pertencentes ao território português.