AQUIMED - Zonas Costeiras Integradas e Gestão de Recursos Hídricos

AQUIMED - Zonas Costeiras Integradas e Gestão de Recursos Hídricos

Concepção de estratégias e instrumentos de gestão adaptativas e participadas de recursos hídricos subterrâneos nas zonas costeiras do mediterrâneo onde se verifica escassez, como resposta às alterações climáticas.

Estatuto: 
Entidade proponente
Financiado: 
Não
Entidades: 
SOCIUS - Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações
Keywords: 

Políticas Hídricas, Gestão de Recursos Hídricos, Participação Pública, Alterações Climáticas

Concepção de estratégias e instrumentos de gestão adaptativas e participadas de recursos hídricos subterrâneos nas zonas costeiras do mediterrâneo onde se verifica escassez, como resposta às alterações climáticas.

Objectivos: 
  O projecto AQUIMED assume como objecto os aquíferos em risco de sobreexploração ou degradação de qualidade da água, devido a secas recentes e crescentes pressões antropogénicas (abstracção em particular). A possibilidade que as alterações climáticas venham a exacerbar o balanço entre usos e disponibilidades justifica a adopção urgente de estratégias de gestão de recursos hídricos subterrâneos. Nestes aquíferos, o projecto desenvolverá métodos que suportem a inclusão dos agentes locais na análise e concepção de estratégias e instrumentos de gestão e utilização de recursos hídricos subterrâneos, capazes de garantir a utilização sustentada dos recursos.
State of the art: 
&nbsp;Em muitas zonas costeiras do mediterr&acirc;neo as utiliza&ccedil;&otilde;es dos recursos h&iacute;dricos na agricultura, no abastecimento, no turismo e na ind&uacute;stria dependem de recursos h&iacute;dricos subterr&acirc;neos. Como resultado do desenvolvimento econ&oacute;mico ocorrido nas &uacute;ltimas tr&ecirc;s d&eacute;cadas (intensifica&ccedil;&atilde;o da actividade agr&iacute;cola, do turismo e dos fen&oacute;menos migrat&oacute;rios), a utiliza&ccedil;&atilde;o dos aqu&iacute;feros costeiros tem sido crescente. Consequentemente, tem aumentado tamb&eacute;m o risco de intrus&atilde;o da &aacute;gua do mar nos aqu&iacute;feros (EEA, 2006; Nixon e tal, 2003; Plan Bleu, 2005). <p>Num&nbsp; n&uacute;mero diverso de pa&iacute;ses (Espanha, It&aacute;lia e Gr&eacute;cia, p.e.), e apesar de ser necess&aacute;rio uma interven&ccedil;&atilde;o urgente com o prop&oacute;sito de evitar a degrada&ccedil;&atilde;o irrevers&iacute;vel dos recursos subterr&acirc;neos, o crescimento abrupto do consumo de &aacute;guas subterr&acirc;neas n&atilde;o tem considerado a amea&ccedil;a da intrus&atilde;o das &aacute;guas salgadas do mar (Aguilera-Klink et al, 2000). Como em tantas outras &quot;trag&eacute;dias dos comuns&quot; (Hardin, 1968), este facto explica-se pela intensidade dos interesses em jogo, pela inexist&ecirc;ncia de institui&ccedil;&otilde;es apropriadas, pela disfuncionalidade dos instrumentos existentes e pelo desconhecimento acerca do funcionamento dos aqu&iacute;feros. </p><p>De uma forma generalizada, a gest&atilde;o de recursos h&iacute;dricos subterr&acirc;neos tem sido dificultada quando se verifica uma utiliza&ccedil;&atilde;o partilhada por diversos agentes, n&atilde;o s&oacute; porque n&atilde;o se criam condi&ccedil;&otilde;es a uma genu&iacute;na participa&ccedil;&atilde;o destes utilizadores nos processos de tomada de decis&atilde;o, mas tamb&eacute;m devido aos elevados custos de medi&ccedil;&atilde;o da utiliza&ccedil;&atilde;o da &aacute;gua (Shah, 2007). Exemplos de sucesso s&atilde;o raros.</p><p>Apesar de ser dif&iacute;cil prever o efeito das altera&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas nos recursos h&iacute;dricos subterr&acirc;neos, o aumento da temperatura e as mudan&ccedil;as nos padr&otilde;es de pluviosidade dever&atilde;o refor&ccedil;ar os problemas j&aacute; existentes. Na regi&atilde;o do Mediterr&acirc;neo, o aumento dos contrates clim&aacute;ticos sazonais j&aacute; se verifica actualmente (EEA, 2004; Haas, 2002). Estes contrastes ir&atilde;o sentir-se ainda mais com o aquecimento global (Gibelin e D&eacute;qu&eacute;, 2003; Rowell, 2005; Wang, 2005). </p><p>Incertezas acerca dos fen&oacute;menos de pluviosidade extrema e de secas s&atilde;o significativos (Neppel e tal, 2003; Renard et al., 2006; Renard, 2006; Rowell, 2005), ao mesmo tempo que outros estudos indicam o aumento da variabilidade (Diodato, 2004; Jones e Reid, 2001; Voss et al, 2002). O regime hidrol&oacute;gicos dos rios, tal como a recarga dos aqu&iacute;feros, ir&atilde;o sofrer efeitos significativos: as descargas fluviais dever&atilde;o aumentar nas esta&ccedil;&otilde;es do Outono e Inverno, o degelo dever&aacute; ocorrer mais cedo do que &eacute; habitual, per&iacute;odos de redu&ccedil;&atilde;o do caudal dever&atilde;o ser cada vez mais longos e a recarga dos aqu&iacute;feros dever&aacute; diminuir (Booij, 2005; Caballero et al, 2006; Zierl and Bugmann, 2005). A redu&ccedil;&atilde;o do fluxo base dos rios implicar&aacute;, portanto, um aumento da press&atilde;o de consumo sobre os aqu&iacute;feros subterr&acirc;neos, especialmente no caso das utiliza&ccedil;&otilde;es agr&iacute;colas. </p>
Parceria: 
Não Integrado
João Pato
Coordenador Geral 
Nicolas Faysse
Coordenador ICS 
Referência externa 
PROJ48/2009
Data Inicio: 
01/09/2008
Data Fim: 
01/09/2010
Duração: 
24 meses
Concluído