Numa sociedade de colonialismo tardio, social e racialmente estratificada, mas em acelerado processo de urbanização e modernização, como era naquela época Luanda, este trabalho propôs-se responder a três questões: De que forma distintas práticas de lazer - dos asfaltos aos musseques - determinavam processos de exclusão, inter-relação ou constituição de vínculos sociais (raciais, classistas, nacionalistas, cosmopolitas…)?

De que modo as políticas coloniais respeitantes ao lazer e à cidade influenciaram o quotidiano das populações, dos clubes e dos salões de bailes?

No quadro da ‘legalidade colonial’ urbana, que significados (e como interpretá-los) tiveram, ao longo do tempo, as dinâmicas expressivas, os conflitos, as apropriações e formas de resistência que se foram formando no campo do lazer - em particular nos planos da circulação, das práticas e dos consumos da cultura popular, nomeadamente da música, do cinema, da literatura e do desporto (futebol e automobilismo)?

Para tal, a metodologia empregue recorreu-se de vários tipos de fontes: documental e arquivística; periódicos e fontes audiovisuais; e, principalmente, a realização de entrevistas compreensivas.