Antonio Muñoz Sánchez
Antonio Muñoz Sánchez (Astúrias, 1971) é investigador auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em História pelo Instituto Universitário Europeu de Florença com uma tese sobre o apoio da social-democracia alemã ao socialismo espanhol durante o franquismo e a transição democrática. Os seus actuais projectos de investigação são:
1. As relações políticas entre a República Federal da Alemanha e Portugal/Espanha, 1960-1980.
2. As relacões entre Espanha e Portugal durante os processos paralelos de negociacão de aceso à CEE, 1977-1985.
3. Os trabalhores forçados espanhóis na Europa durante a segunda guerra mundial, 1939-1945.
O primeiro projecto parte da hipótese de que a estratégia alemã face às ditaduras ibéricas baseava-se no mesmo princípio que inspirou a "ostpolitik" de Willy Brandt: a convicção de que estreitar os laços entre o Ocidente e Portugal/Espanha era positivo porque estimulava a liberalização dos regimes. A atitude pragmática de Bona perante Salazar/Caetano e Franco nunca foi formulada públicamente para evitar críticas por parte da opinião pública. A investigação quer explicar esta "südpolitik", apresentando-a como mais uma face da política de détente europeia promovida pelos social-democratas alemães naquela época. Todavia, a evolução da política Ibérica ultrapassou as previsões sobre a ocorrência de um processo lento de transição. Aliás, a Revolução dos Cravos pôs mesmo em risco o statu quo europeu, forçando assim a Alemanha Ocidental a traçar uma nova estratégia que pretendia "estabilizar" Portugal e evitar o caos político em Espanha depois da morte de Franco. Um factor-chave desta "solução de emergência" para a Península Ibérica foi o fortalecimento dos partidos não comunistas. Nesta análise da influência da Alemanha Ocidental sobre os processos de democratização ibéricos, a investigação centra-se no apoio ao Partido Socialista de Mário Soares e ao Partido Socialista Obrero Español de Felipe González.
O segundo projecto surge da constatacão que se a adesão à CEE trouxe a Portugal e a Espanha o término de uma relação multisecular de baixa‑intensidade, mas esta alteração não ocorreu durante o processo que levou os dois países à adesão simultânea à Comunidade. Antes pelo contrário, o longo caminho em direção à Europa foi percorrido com escassa articulação entre Lisboa e Madrid, que também não se esforçaram por ir antecipando a nível bilateral o horizonte europeu a que aspiravam, e que implicava um estreitamento dos laços económicos, sociais e políticos num espírito de fraternidade. A tese defendida é que Portugal considerou Espanha um sério obstáculo à sua rápida adesão à Comunidade e, além disso, um enorme perigo para a sua economia, no momento em que as fronteiras entre ambos os Estados desaparecessem. Estas considerações levaram os sucessivos governos de Lisboa a tentar separar completamente as negociações portuguesas das do país vizinho, a almejar uma entrada anticipada e a defender com extraordinário zelo aquilo que consideravam mais acertado para protejer a economia lusa face às supostas ameaças do iminente mercado ibérico.
O terceiro projecto foca um tema novedoso na historiografia: os trabalhadores forçados espanhóis do III Reich. Até hoje não existe qualquer estudo sobre as varias decenas de milhares de exiliados da guerra civil espanhola sometidos na Francia a trabalhos forcados por parte dos alemães durante a segunda guerra mundial. A investigacão foca reconstruir as condicões de vida e de trabalho destes "Rotspanier" durante a guerra e o longo e sucedido processo judicial impulsado por eles durante os anos sessenta para ser reconhecidos pela República Federal da Alemanha como victimas del nazismo.
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