Trabalhamos sobre um Barril de Pólvora

Trabalhamos sobre um Barril de Pólvora
Homens e Perigo na Refinaria de Sines
Autor(es): 
Categoria: 
ISBN: 
978-972-671-1225-8
Idioma: 
Português
Ano da primeira edição: 
2004
Data de publicação: 
2004/Jul
Dimensão: 
23x15
Nº Páginas: 
329
Coleção: 
Colecção Geral
Formato: 
Capa Mole
20,00 €18,00 €

Com base numa pesquisa antropológica inovadora, este livro mostra-nos o que é trabalhar na refinaria de Sines e os complexos factores sociais que, nessa fábrica, potenciam ou limitam os perigos de origem tecnológica. Se estes são aumentados por princípios de gestão, objectivos produtivos e relações de poder, os operários recusam a lógica probabilística do "risco" e constroem, a partir da sua aprendizagem e experiência profissionais, processos de protecção colectiva que em muito reforçam a segurança.

 

Introdução
1. O espaço, o trabalho, imagens. Representações do trabalho
2. Identidades e fronteiras
Posicionamentos socioprofissionais
3. Trabalhar por turnos
Impacto sobre a saúde e o relacionamento social
Regime de turnos como factor de perigo
4. Emprego e dependência
Sistema de patrocinato e perigo laboral
5. Perigos existentes
6. Os perigos temidos
7. "Perigo" versus "risco"
"Perigo" e "risco" na concepção local da ameaça
O «mito da fábrica nova» revisitado
8. Verbalizar o perigo
9. Viver com o perigo, rentegrar a ameaça
A instável reintegração do acidente
Evolução profissional da relação com o perigo
10. Aprender a profissão, aprender o perigo
Construção social da aprendizagem do perigo
11. Ideologia de gestão enquanto factor de perigo
12. Objectivos de produção e relações hierárquicas
O 'truque' transformado em norma perigosa
Condições sociais da adopção de procedimentos perigosos
13. O "factor humano" enquanto produtor de segurança
Conclusões
Anexos
Anexo 1 - Montagem de artigo do Diário de Notíciais, de 19/05/1995
Anexo 2 - Características amostrais e dados quantitativos
Anexo 4 - DGRS nº 76/95
Posfácio
I. Antropologia "à porta de casa" e na fábrica
II. Teoria, tautologia e prática antropológica
Uma alternativa epistemológica e metodológica
Bibliografia

 

Paulo Granjo, antropólogo, é investigador Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e pioneiro da  antropologia industrial em Portugal e Moçambique.   Nesses dois países, aplicou-se também ao estudo de um amplo leque de  terrenos temáticos (a adivinhação e cura, a feitiçaria, as práticas familiares e lobolo, os linchamentos e protestos violentos, a reintegração social de veteranos, a discriminação de gémeos e albinos, as alterações climáticas ou a precariedade laboral) os seus dois principais interesses teóricos: as concepções e respostas sociais às ameaças e riscos, partindo do conceito de “sistemas de domesticação da incerteza”; e a integração da complexidade dos fenómenos sociais na análise que acerca deles é feita, com inspiração na “teoria do caos”.