Este Livro reúne um conjunto de contributos apresentados num seminário realizado no Instituto de Ciências Sociais que tomou o visual e o quotidiano como temática de reflexão. O objectivo do encontro foi, precisamente, o de proporcionar um espaço de debate a propósito de imagens que actuam como velação e revelação do quotidiano. Imagens que são receptáculos de cenas, memorias e representações que se (re)criam nas contemplações a que dão lugar. A vida quotidiana a um terreno onde se vive a experiência antropológica do olhar, de uma vadiagem de olhar- teoricamente sensível - que toma os registos de observação como superfície de revelações na exacta medida em que o seu avesso esta cheio de ocultações. É para essa dança de olhares - de campos disciplinares distintos -que o leitor é convidado ao percorrer as páginas deste livro.
Capa: fotograma do filme Blow-Up, de Michelangelo Antonioni (1966)
Capítulo 1 - A fotografia e a vida cotidiana: ocultações e revelações José de Souza Martins
p.33
Capítulo 2 - O espírito do tempo e a fotografia: a cidade como prática ficcional de limite Maria do Carmo Serén
p.59
Capítulo 3 - A vigilância fotográfica e a construção do sentimento nostálgico Margarida Medeiros
p.71
Capítulo 4 - Um percurso visual pelas tribos urbanas em Barcelona Carles Feixa e Laura Porzio
p.87
II Parte
Tradições, representações e experiências
p.115
Capítulo 5 - Retratos do povo: etnografia portuguesa e imagem João Leal
p.117
Capítulo 6 - «Raça», género e imagem colonial: representações de mulheres nos arquivos fotográficos Clara Carvalho
p.145
Capítulo 7 - Imagens e ritual: antropologia como experiência visual José da Silva Ribeiro
p.175
Capítulo 8 - Objectos em exposição: a mediação visual como experiência situada Nuno Porto
p.207
José Machado Pais, Investigador Coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi Professor Visitante em várias universidades europeias e sul-americanas e Professor Catedrático Convidado do ISCTE/Instituto Universitário de Lisboa. Coordenou o Observatório Permanente da Juventude Portuguesa e o Observatório das Actividades Culturais. Foi consultor da União Europeia e do Conselho da Europa, tendo sido Vice-Presidente do Youth Directorate of the Council of Europe. Foi Director da revista Análise Social e da editora Imprensa de Ciências Sociais e Subdiretor do ICS-ULisboa (três mandatos). Foi também Vice-Presidente da Associação Internacional de Ciências Sociais e Humanas de Língua Portuguesa. Em 2003, recebeu o Prémio Gulbenkian de Ciências Sociais e, em 2012, o Prémio ERICS (Prémio Estímulo e Reconhecimento da Internacionalização em Ciências Sociais). Em 2018 foi agraciado com um doutoramento Honoris Causa, pela Universidade de Manizales (Colômbia). Tem dirigido vários projetos internacionais em diferentes domínios das Ciências Sociais e publicado em revistas internacionais de referência. Publicou cerca de 40 livros – mais de 20 de autoria individual.