Este livro fornece uma leitura etnográfica e historicamente informada das expressões do nacionalismo no noroeste da Peninsula Ibérica. Desde os finals do século XIX, o Minho e a Galiza conheceram processos expressivos de nacionalização das massas, servidos pela intervenção dos Estados português e espanhol, mas sobretudo afiançados pela popularização de ideologias nacionalistas junto das classes médias e pelos resultados de novas disciplinas científicas que práticas diversas de sociabilidade e de consumo permitiram divulgar.As similitudes entre aquelas duas regiões não escondem porém diferenças importantes. Este livro mostra como as intervenções nacionalizadoras dos dois Estados ibéricos, a diferenciação dos mercados nacionais e a presença de um movimento nacionalista sub-estatal no contexto galego, estiveram na origem do desenvolvimento de três culturas nacionais diferenciadas. O Iivro propõe uma etnografla de apropriações das culturas nacionais espanhola, galega e portuguesa, e uma reflexão crítica sobre os usos políticos de práticas etnográficas.