«A paixão pelos registos onde se foi plasmando a cultura escrita, intangível e plural, conduz o autor a uma incessante procura de sentido nos traços manuscritos ou tecnificados, que os séculos xv-xviii nos trouxeram. Envolvendo o leitor num longo e documentado discurso – que não se esgota na erudição que o tempera –, sempre indagante de fontes novas ou recriadas a novas luzes, vai construindo uma visão inovadora e plural daquela realidade viva. A colheita original e impressiva de factos e casos da historiografia portuguesa permite-lhe esculpir, com saudável novidade, os grandes traços de um novo e fecundo capítulo da história cultural peninsular.»
Manuela D. Domingos
«Quadros vários, desenrolados ao longo de duas décadas, trabalhos sólidos em que a escrita e o pórtico da gloria. Caldeando vastos materiais, reúne testemunhos (e abundam textos recuperados), reanima pontos de vista, revê e estabelece hipóteses e, com audácia – mas sem veleidades de Icaro – ensaia perspectivas inovadoras, contemplando também periferias não canonizadas. E tanto que promete, nesses outros caminhos sugeridos, a "bibliografia material", alias mais devedora a fauna de bibliófilos, bibliómanos e livreiros que ao meio universitário e académico: livro raro, livro único, livro antigo, edição original, formato, variantes, tipografia clandestina, privada e suposta ou imaginaria, contrafacção... – vertentes que em nada deslustram o denso volume, antes impõem – e sempre no bom desempenho do oficio – continuar, continuar.»
Luis Farinha Franco