Capital Científica

25,00 € | 22,50 € |
Este livro propõe-se fazer da ciência praticada em Lisboa um elemento essencial para a compreensão das dinâmicas históricas do Portugal contemporâneo. Se parece certo que a condição de capital explica o facto de que grande parte da ciência feita em Portugal se tenha concentrado em Lisboa, o conjunto de textos aqui reunido explora as formas como essa centralidade foi construída por meio de objetos técnicos e discursos científicos de modernidade ou decadência. A partir do estudo de uma série de instituições dá-se conta do modo como ao longo dos séculos XIX e XX os problemas urbanos lisboetas inspiraram o trabalho científico. Mas sobretudo, mostra-se como é que os projetos políticos do liberalismo, da república e do fascismo se fizeram na prática com doses elevadas de ciência e tecnologia e, talvez mais inesperado, como é que cientistas, engenheiros e médicos forneceram matéria de facto para que esses projetos políticos pudessem ser imaginados.
Índice de mapas e figuras | p. 11 |
Os autores | p. 21 |
Agradecimentos | p. 25 |
Tiago Saraiva e Marta Macedo |
p. 27 |
Parte I - Ciência e Regeneração | |
Capítulo 1 - Engenheiros e capital: ciência e crédito na Escola Politécnica e na Escola do Exército Marta Macedo |
p.45 |
Capítulo 2 - A astronomia e a cidade: o Observatório Astronómico de Lisboa no espaço e nos tempos da capital Pedro M. P. Raposo |
p. 81 |
Capítulo 3 - Os espaços dos serviços geológicos: um projecto de domínio territorial Teresa Salomé Mota, Ana Carneiro e Vanda Leitão |
p. 111 |
Capítulo 4 - Máquinas noturnas: o Instituto Industrial de Lisboa como utopia romântica (1849-1888) Tiago Saraiva e Ana Cardoso de Matos |
p. 139 |
Parte II - Ciência e República | |
Capítulo 5 - República de laboratório: o Hospital de Rilhafoles, o Instituto Bacteriológico Câmara Pestana e a Faculdade de Medicina de Lisboa Marta Macedo e Tiago Saraiva |
p. 183 |
Capítulo 6 - A cidade e a produção de um espaço privado de investigação biomédica: o Instituto Bento da Rocha Cabral ( 1921--1953) Isabel Amaral e Ana Carneiro |
p. 213 |
Capítulo 7 - Ciências para o povo: espaços de ensino superior para adultos na Lisboa Republicana (Universidade Popular Portuguesa, Universidade Livre e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) Ana Simões e Maria Paula Diogo |
p. 251 |
Parte III - Ciência e Estado Novo | |
Capítulo 8 - O Estado Novo dos engenheiros: Instituto Superior Técnico e Laboratório Nacional de Engenharia Civil Tiago Saraiva e Maria Paula Diogo |
p. 285 |
Capítulo 9 - Radiações, cancro e ditadura: O Instituto Português de Oncologia e o governo das elites Tiago Saraiva |
p. 325 |
Capítulo 10 - O Laboratório de Física e Engenharia Nucleares: uma "esquina do desenvolvimento tecnológico", 1961-1974 Júlia Gaspar |
p. 349 |
Bibliografia | p. 383 |
Tiago Saraiva é professor associado na Drexel University em Filadélfia, tendo sido investigador auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa de 2005 a 2012. Foi também professor visitante na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e Berkeley. Em 2016 publicou Fascist Pigs: Technoscientific Organisms and the History of Fascism (MIT Press) que ganhou o prémio Pfizer de livro do ano da History of Science Society em 2017. O seu novo manuscrito Cloning Whiteness: Californian Oranges and American Democracy in the Global South será publicado em 2020 também pela MIT Press. Juntamente com Amy Slaton é responsável pela edição da revista History and Technology. A sua investigação cruza a história das ciências com história política, história transnacional e história ambiental.
Marta Macedo é bolseira de pós-doutoramento do projeto ERC The Colour of Labour no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi membro integrado do CIUHCT e investigadora visitante na Universidade da Califórnia em Los Angeles em 2010-2011. Depois de ter trabalhado sobre a história da ciência e tecnologia e a construção do Portugal contemporâneo, dedica-se atualmente ao estudo das relações entre ciência, tecnologia e império, nos séculos XIX e XX. O livro que resulta da sua tese de doutoramento – Projectar e Construir a Nação: Engenheiros, Ciência e Território em Portugal no Século XIX – foi publicado pela Imprensa de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa em 2012.
Recensão de Ana Delicado na revista TECNOSCIENZA: Italian Journal of Science & Technology Studies, nr. 21 - Anniversary Issue, vol 11, No 1 (2020), pp. 98-101.
Recensão de Frédéric Vidal na revista HoST - Journal of History of Science and Technology, Volume 14, Issue 1, pp. 199-201. DOI: https://doi.org/10.2478/host-2020-0010
Recensão de Tiago Brandão, « Tiago Saraiva, Marta Macedo (org), Capital Científica: Práticas da Ciência em Lisboa e a História Contemporânea de Portugal. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2019, 410 pp. ISBN 978-972-671-540-5 », Ler História [Online], 76 | 2020, posto online no dia 30 junho 2020, consultado no dia 13 outubro 2020. URL: http://journals.openedition.org/lerhistoria/7041; DOI: https://doi.org/10.4000/lerhistoria.7041