A Arca de Pessoa

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«A arca, vi-a pela primeira vez no início dos anos 60, ainda cheia de manuscritos. Revi-a, há pouco tempo, mais de quarenta anos depois, completamente vazia. A transformação desta massa informe de papéis numa obra universalmente reconhecida a para mim a dupla metáfora do destino póstumo de Pessoa, que o livro aqui apresentado ilustra perfeitamente. Neste sarcófago estava a figura do poeta, alterado em si próprio, enfim, pela eternidade. O espólio era o seu próprio ser, que ele nos deu para consumir, para sempre, numa ardente comunhão espiritual, em memória dele.»
Robert Bréchon
«À medida que se avança na edição do espolio pessoano – usando a metáfora que serve de titulo a este conjunto de ensaios: A Arca de Pessoa –, mais evidente se torna que a obra do poeta lança desafios editoriais e interpretativos que mobilizam uma pluralidade de perspectivas e de disciplinas, ao mesmo tempo que obrigam a rever a tradição critica que se formou e se foi estabelecendo em fases ainda recuadas da divulgação dos inéditos. O contributo de um grande numero de especialistas de várias nacionalidades e bem distintos tanto em termos metodológicos e científicos como nas áreas de interesse (e daí a organização do volume em seis grupos: Cultura e sociedade, Historia e biografia, Filosofia e esoterismo, Literatura e poética, Desassossego e hermenêutica e Desafios editoriais) permite desde logo perceber que estes Novos Ensaios pessoanos, resultantes de um encontro realizado na Universidade de Leipzig em Setembro de 2005, assinalando os setenta anos da morte de Pessoa e a passagem do espolio para o domínio publico, respondem as necessidades de revisão critica e de exploração de áreas que, sobretudo devido as conhecidas circunstancias editoriais, têm permanecido ocultas.»
António Guerreiro
Introdução A Arca de Pessoa — 70 anos Jerónimo Pizarro e Steffen Dix |
p.17 |
Parte I Cultura e sociedade |
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Capítulo 1 - Pessoa e Portugal e Portugal e Pessoa Eduardo Lourenço |
p.27 |
Capítulo 2 - As confissões verdadeiras de um poeta fingidor Anna Klobucka |
p.33 |
Capítulo 3 - Fernando Pessoa e as doenças do fim de século Kenneth Krabbenhoft |
p.45 |
Capítulo 4 - Os espíritos que invoquei — Fernando Pessoa e Ludwig Staudenmaier: o poeta controlado e o cientista out of control Henry Thorau |
p.59 |
Capítulo 5 - Cultura e imperialismo — o império como «cadáver adiado» Vincenzo Russo |
p.75 |
Parte II História e biografia |
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Capítulo 6 - Fernando Pessoa em tempos obscuros— algumas pequenas luzes Arnaldo Saraiva |
p.93 |
Capítulo 7 - Fernando Pessoa — racionalista, livre-pensador e individualista: a influência inglesa José Barreto |
p.109 |
Capítulo 8 - Cosmópolis — uma «arca» cheia de projectos António Mega Ferreira |
p.129 |
Capítulo 9 - Afectos, amizades, curiosidades — o andaime Manuela Nogueira |
p.137 |
Capítulo 10 - A verdade sobre a Mensagem José Blanco |
p.147 |
Parte III Filosofia e esoterismo |
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Capítulo 11 - O poeta «animated by philosophy» ou a admiração perante a existência do universo Steffen Dix |
p.161 |
Capítulo 12 - A obra de Fernando Pessoa — uma galáxia de «esoterismos»? Ana Maria de Albuquerque Binet |
p.173 |
Capítulo 13 - Poesia e esoterismo — os dois caminhos de Fernando Pessoa (ortónimo) Luigi Orlotti |
p.187 |
Parte IV Literatura e poética |
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Capítulo 14 - Mensagem — uma revisitação à luz da interminável torrente do espólio pessoano Onésimo T. Almeida |
p.203 |
Capítulo 15 - Da Grécia antiga vê-se o mundo inteiro Rita Patrício |
p.217 |
Capítulo 16 - Interstícios — o fragmento em Fernando Pessoa Carla Gago |
p.229 |
Capítulo 17 - Algumas reflexões sobre o ritmo na poesia versilibrista de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro e Álvaro de Campos Pauly Ellen Bothe |
p.243 |
Capítulo 18 - Da dificílima arte de tradução — esteta, poeta, teórico e tradutor de Fernando Pessoa: homenagem a Georg Rudolf Lind Werner Thielemann |
p.257 |
Parte V Desassossego e hermenêutica |
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Capítulo 19 - A diarística em Fernando Pessoa e Henri-Frédéric Amiel — uma escrita no silêncio Maria Teresa Fragata Correia |
p.285 |
Capítulo 20 - O barbeiro, a costureira, o moço de fretes e o gato Richard Zenith |
p.295 |
Capítulo 21 - Técnicas figurativas e estratégias de persuasão no Livro do Desassossego Georges Güntert |
p.311 |
Capítulo 22 - Estratégias diferentes na análise da obra de Fernando Pessoa Victor J. Mendes |
p.325 |
Parte VI Desafios editoriais |
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Capítulo 23 - Escritos sobre Génio e Loucura — história de uma investigação Jerónimo Pizarro |
p.341 |
Capítulo 24 - Integridade e genuinidade na obra de Fernando Pessoa João Dionísio |
p.353 |
Bibliografia de Fernando Pessoa | p.367 |