Geração Milénio?
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O título deste livro é intencionalmente interrogativo. Questiona se os jovens frequentemente designados como Milénio serão, de facto, uma geração no sentido sociológico do termo. Estarão os portugueses nascidos depois dos anos 80 a forjar novas formas de transição para a idade adulta? Estarão a moldar novas culturas de trabalho e de lazer? Estarão a criar novas formas de participação cívica e social? Existirá, de facto, em Portugal, uma geração Milénio?
Estas questões serão respondidas a partir da análise de um conjunto de indicadores integrados num inquérito por questionário aplicado em março de 2015 a uma amostra representativa do conjunto da população portuguesa, o qual permitiu obter para aquele ano um retrato comparado entre vários grupos etários, em dimensões da vida relevantes no discurso público sobre potenciais diferenças geracionais dos jovens de hoje face ao passado: trabalho, mobilidades, lazeres e novas tecnologias, e política. Considerando os efeitos da precarização das condições laborais ocorrida nos anos da crise nos percursos de vida dos jovens, a intensidade das mudanças induzidas pela digitalização de várias esferas da sua vida quotidiana, bem como a sua mais facilitada e valorizada mobilidade geográfica, este conjunto de mudanças estruturais permite formular a hipótese de as experiências e as subjetividades dos jovens Milénio, quer no momento presente, quer no horizonte de futuro que se lhes é apresentado enquanto adultos, estarem a configurar-se de forma diferente das gerações precedentes.
Milénios, gerações e geracionismos: pistas de um processo de transição geracional Vítor Sérgio Ferreira |
p. 17 |
Iitinerário do livro | p.27 |
1. Os jovens perante o (des)emprego, o trabalho e o futuro nos anos de austeridade Vítor Sérgio Ferreira |
p. 39 |
2. Os jovens num mundo conectado: mobilidades, lazeres e internet Jussara Rowland |
p. 79 |
3. Os jovens perante a política: mudanças e continuidades entre 2007 e 2015 Marina Costa Lobo e Edalina Rodrigues Sanches |
p. 123 |
Anexo metodológico | p. 155 |
Vítor Sérgio Ferreira, sociólogo e investigador auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde cocoordena o Observatório Permanente da Juventude. As suas principais áreas de investigação são sociologia da juventude: identidades e culturas juvenis; transições para a idade adulta e percursos de vida; escola, empregabilidade e trabalho; gerações e valores; práticas e estilos de vida; Sociologia do Corpo: atitudes perante o corpo; práticas de manutenção e modificação corporal; culturas somáticas; Sociologia da Cultura: mediadores culturais; artistas e criadores; criatividade; práticas culturais; Métodos Qualitativos: técnicas de entrevista; grupos de discussão; análise de conteúdo, MAXQDA, biografia e retratos sociológicos.
Marina Costa Lobo, Investigadora Principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa onde desenvolve trabalhos na área das instituições e comportamentos políticos dos portugueses em perspectiva comparada. Tem publicado sobre instituições políticas em Portugal, partidos políticos e a UE, e sobre o impacto dos lideres no comportamento de voto. É actualmente coordenadora do Comportamento Eleitoral dos Portugueses, e membro do Planning Committee do CSES (Comparative Study of Election Systems- www.cses.org) tendo ajudado a elaborar os primeiros inquéritos pós-eleitorais realizados em Portugal - tendo implementado inquéritos desde 2002 até 2015 em todas as eleições legislativas. É coordenadora do Observatório da Qualidade da Democracia no ICS (www.oqd.ics.ulisboa.pt).
Jussara Rowland, socióloga, é bolseira de investigação no projeto CUIDAR – Culturas de Resiliência à Catástrofe entre Crianças e Jovens, financiado pelo programa Horizonte 2020.
Edalina Rodrigues Sanches, investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde integra os Grupos de Investigação "SPARC: Social and Political Attitudes: Resilience and Change"; e "Regimes e Instituições Políticas". A sua tese de doutoramento “Explaining Party System Institutionalization in Africa: From a Broad Comparison to a Focus on Mozambique and Zambia” (2014, Universidade de Lisboa) recebeu em 2016 o Prémio de Melhor Tese de Doutoramento da Associação Portuguesa de Ciência Política. Os seus interesses de investigação incluem: democratização, instituições políticas, eleições, partidos políticos e sistemas partidários, e comportamento político, com foco em África.
Recensão de Dominique Vidal na revista Mélanges de la Casa de Velázquez [En ligne], 49-1 | 2019.