A discussão em torno dos direitos políticos das mulheres surgiu com a emergência dos primeiros regimes democráticos no século XVIII. Embora o Liberalismo considerasse que todos aqueles que estivessem submetidos às leis do Estado tinham direito a votar e a serem eleitos para os órgãos do poder político, na prática, a capacidade censitária era uma prerrogativa de um grupo restrito de cidadãos. O sufragismo nasce, assim, nesse movimento mais alargado de defesa do sufrágio universal, questionando, ao mesmo tempo, o papel reservado às mulheres na sociedade e na família.
Neste livro analisa-se o contexto histórico em que o feminismo político surgiu em Portugal e Espanha e o caminho percorrido até as mulheres terem sido autorizadas a votar em eleições nacionais, na década de 1930. O livro assenta sobretudo na análise discursiva de uma variedade de fontes impressas, tendo a preocupação de assinalar as sintonias e as diferenças entre o sufragismo português e o espanhol e entre estes e os movimentos de reivindicação do voto feminino de outros países ocidentais.