Mulheres e Associativismo em Portugal, 1914-1974

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Este livro inscreve o estudo do associativismo feminino numa história de longa duração que cobre seis décadas. Obra de história das mulheres, sem esquecer as histórias de vida nem a abordagem biográfica, é também um contributo primordial para a história política de Portugal no século xx, focando aspetos como as relações entre a sociedade civil, as elites políticas e os regimes em vigor, a participação nas duas guerras mundiais, a política colonial, as formas de adesão ou de resistência à ditadura, o lugar das mulheres e das questões que lhes estão ligadas nas aspirações democráticas e na oposição ao Estado Novo.
Para as mulheres que só tardiamente obtiveram direitos políticos, como aconteceu em Portugal, o associativismo desempenhou um papel relevante na sua politização, ao permitir-lhes participar na vida pública, na assunção de responsabilidades e na tomada de consciência delas próprias e das suas capacidades.
Os contornos móveis da articulação entre feminismo, pacifismo, antifascismo, socialismo e anticolonialismo são, aliás, uma das chaves de leitura da história de várias organizações de mulheres e são objeto de debate historiográfico neste livro, que conjuga as abordagens e os métodos de duas disciplinas: a história, sensível aos contextos e às mutações, e a sociologia, mais preocupada em construir modelos ou com a análise quantitativa e gráfica das redes.
Françoise Thébaud, Université d’Avignon
Anne Cova é historiadora e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa). Foi investigadora responsável do projeto «Mulheres e associativismo em Portugal, 1914-1974», PTDC/HAR-HIS/29376/2017, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A sua área de investigação incide sobre a história comparada e transnacional das mulheres e do género no século xx, encontrando-se a realizar um estudo de várias associações de mulheres intituladas «conselhos nacionais das mulheres» na Europa do Sul e na América Latina, 1900-1945.
Vanda Gorjão, socióloga, é desde 2006 professora no Departamento de Artes Visuais e Design (DAVD), Escola de Artes da Universidade de Évora. Integra o Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora. Concluiu o mestrado sobre a oposição feminina ao Estado Novo no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e o doutoramento sobre as primeiras deputadas na Assembleia da República (1975-1987). Foi investigadora co-responsável do projeto «Mulheres e associativismo em Portugal, 1914-1974», PTDC/HAR-HIS/29376/2017, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Isabel Freire doutorada em sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa). Tem trabalhado sobre a história da sexualidade e a história das mulheres no
século xx. Entre abril de 2019 e março de 2022 foi investigadora auxiliar do ICS-ULisboa, integrando o projeto «Mulheres e associativismo em Portugal, 1914-1974», PTDC/HAR-HIS/29376/2017,
financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).Trabalhou como jornalista entre 1999 e 2012 (Expresso, Público, Diário de Notícias, Grande Reportagem e Visão), investigando preferencialmente a sexualidade e o género. É autora de Amor e Sexo no Tempo de Salazar (Esfera dos Livros, 2010); de Fantasias Eróticas – Segredos das Mulheres Portuguesas (Esfera dos Livros, 2007); e de Damas d’Ama (2003), texto dramático sobre gravidez na adolescência em comunidades afro-descendentes da Grande Lisboa. É co-autora e jornalista do documentário Enxoval (Prémio Melhor Filme Português sobre Arte 2013, Festival Temps d’Images).
Ana Costa Lopes é professora auxiliar convidada na FCH da Universidade Católica é ainda investigadora do CEPCEP (Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão) e do CECC desta Universidade. É membro do Conselho Científico do CEPCEP e membro do conselho editorial da revista eletrónica Gaudium Sciendi (Sociedade Científica). Foi também docente nas Universidades de Lisboa e Macau. Publicou a tese de mestrado em Estudos Luso-Asiáticos, Lisboa, Macau, 2000. A tese de doutoramento, Imagens da Mulher nos Periódicos Portugueses de 1820 a 1890. Percursos da Modernidade foi publicada pela Quimera em 2005. Tem diversas outras publicações científicas.
Natividade Monteiro licenciada em história e mestre em estudos sobre as mulheres com a dissertação «Maria Veleda (1871-1955): uma professora feminista, republicana e livre-pensadora: caminhos trilhados pelo direito de cidadania», publicada sob o mesmo título (Gente Singular, 2012). Investigadora integrada em História, Territórios e Comunidades da Universidade Nova, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (HTC-NOVA FCSH). Defendeu, em Novembro de 2022, a tese de doutoramento sobre «A mobilização das mulheres portuguesas durante a Grande Guerra (1914-1918)». Tem publicado livros e artigos sobre a história das mulheres, os estudos feministas e de género, com destaque para as associações femininas e feministas na Primeira República.