Cultura Popular e Império

Cultura Popular e Império
As lutas pela conquista do consumo cultural em Portugal e nas suas colónias
Autor(es): 
ISBN: 
978-972-671-661-7
Idioma: 
Português
Data de publicação: 
2021/May
Dimensão: 
23x15
Nº Páginas: 
674
Coleção: 
Colecção Geral
Formato: 
Capa Mole
30,00 €27,00 €

Este livro aborda a relação entre dois impérios. Por um lado, o império colonial português, governado durante grande parte do período tratado neste livro pelo Estado Novo, um regime que manipulou os domínios culturais e organizou um sistema de propaganda para manter um poder autoritário sobre a metrópole e as colónias. Por outro lado, o «império irresistível» da cultura popular moderna, cujas fronteiras se desenhavam pela circulação global dos produtos da indústria cultural. Este outro império fundava-se na ideia de que, caso o princípio do mercado livre se aplicasse, a generalidade das nações possuía uma soberania limitada sobre o seu espaço público. Ambos os impérios ambicionavam moldar e conquistar subjetividades. Em determinadas circunstâncias os seus interesses convergiram e articularam-se, noutras, os seus programas confrontaram-se.

As investigações que compõem este livro interpretam a tentativa do Estado Novo de banalizar um senso comum imperial, utilizando para esse efeito os meios da cultura popular moderna, num mercado concorrencial, no qual os formatos e linguagens de uma cultura global conquistavam os gostos. Procuram igualmente perceber de que forma os consumidores, na metrópole e nas capitais de Angola e Moçambique, se apropriaram da oferta cultural e a integraram no seu quotidiano.
 

 

Capítulo 1

Uma história de dois impérios

Nuno Domingos

p. 25

Capítulo 2

Pelo Império, Publicar! Defender o colonial português através da edição de livros durante o século xx na metrópole

Nuno Medeiros

p. 75

Capítulo 3

A rádio enquanto instrumento de política colonial nos primeiros anos do Estado Novo: Henrique Galvão e a Ronda do Império

Manuel Deniz Silva

p. 155

Capítulo 4

A arquitetura da instituição cinema em Angola e Moçambique (1932-1974) 

Paulo Cunha

p. 185

Capítulo 5

Culturas cinematográficas em Luanda, 1960-1970

Paulo Cunha

p. 211

Capítulo 6

O império colonial português e a televisão

Rita Luís

p. 241

Capítulo 7

A convergência entre turismo, cultura popular e propaganda no império colonial português: o caso de Moçambique

Todd Cleveland e Alex Marino

p. 281

Capítulo 8

O Governo da pop. Nacionalismo e hibridismo no Duo Ouro Negro

Marcos Cardão

p. 319

Capítulo 9

A experiência da ida ao cinema nos subúrbios de Lourenço Marques

Nuno Domingos

p. 363

Capítulo 10

«Aqui Portugal, Moçambique»: para uma história sonora do Rádio Clube de Moçambique (1932-1974)

Marco Roque de Freitas

p. 425

Capítulo 11

Receção da rádio e da música no Moçambique colonial: experiências e subjetividades goesas

Catarina Valdigem Pereira

p. 467

Capítulo 12

«Percy Sledge in Angola». Modernidade colonial e cultura popular urbana nas memórias online dos portugueses retornados de Luanda

Bruno Góis

p. 519

Capítulo 13

A cultura popular nos musseques de Luanda: entre vigilância, violência e autonomia

Diogo Ramada Curto

p. 549

Capítulo 14

«Folclore» e «ritmos modernos» na cidade colonial – classe, raça e nação na história da música urbana de Luanda

Pedro David Gomes

p. 587

Capítulo 15

Entre dois impérios. Uma leitura de Cultura Popular e Império

Harry G. West

p. 637
   
Índice remissivo p. 645

 

Nuno Domingos, antropólogo, Investigador Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Trabalha sobre a história do colonialismo português, nomeadamente em Moçambique durante o período do Estado Novo. Escreveu sobre práticas de leitura e sobre a história do desporto em Portugal e em Moçambique e mais recentemente tem trabalhado sobre a antropologia da alimentação, desenvolvendo um projecto sobre vinho português no contexto colonial e pós-colonial.

Este livro oferece um olhar sobre a cultura popular e o desenvolvimento das indústrias culturais no império português durante o período do colonialismo tardio. Focando-se em Angola e em Moçambique – e mais especificamente nas cidades capitais de Luanda e de Lourenço Marques – os textos que completam este volume analisam a disseminação da palavra escrita, da música, da rádio, da televisão, do cinema e do turismo.  Harry G. West