Changing Societies: Legacies and Challenges, vol. I
The word “inclusion” has become increasingly conspicuous over the last few decades, both in well-intentioned, though vague, political speech, and as a guiding element for obtaining scientific funding in the social sciences. We believe that the set of texts of this volume demonstrates that the criticism of simplistic and irreflexive uses of the idea of “inclusion” does not supress its relevance as a trans-thematic and transdisciplinary research line. On the contrary, to conceive and approach inclusion and exclusion as ambiguous and socially situated notions, and to study their dynamics and processes according to their complexity and the key-role played by liminality, provides an innovative conceptualisation contributing to the advance of research and enhances the heuristic potential of those notions. We can even reasonably hope that such an approach by the social sciences might eventually influence the political and public speech about inclusion and exclusion, turning it into something less pedestrian and ideological.
Sofia Aboim, socióloga, tem trabalhado desde 1997 no ICS, onde actualmente é Investigadora Auxiliar. É também membro do GEXcel − International Collegium for Advanced Transdisciplinary Gender Studies, sediado nas Universidades de Linköping, Karlstad e Örebro na Suécia. Tem vindo a trabalhar sobre vários temas, destacando-se por um lado a família, as gerações e o curso de vida, e, por outro, o género e a sexualidade, as masculinidades e as feminilidades, bem como os processos de discriminação social, as migrações e as sociedades pós-coloniais. Entre os seus interesses teóricos incluem-se ainda a teoria crítica, a modernidade ou o pós-colonialismo.
Paulo Granjo, antropólogo, é investigador Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e pioneiro da antropologia industrial em Portugal e Moçambique. Nesses dois países, aplicou-se também ao estudo de um amplo leque de terrenos temáticos (a adivinhação e cura, a feitiçaria, as práticas familiares e lobolo, os linchamentos e protestos violentos, a reintegração social de veteranos, a discriminação de gémeos e albinos, as alterações climáticas ou a precariedade laboral) os seus dois principais interesses teóricos: as concepções e respostas sociais às ameaças e riscos, partindo do conceito de “sistemas de domesticação da incerteza”; e a integração da complexidade dos fenómenos sociais na análise que acerca deles é feita, com inspiração na “teoria do caos”.
Alice Ramos, socióloga, é Investigadora Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Os seus interesses de investigação têm-se centrado no cruzamento de duas linhas de pesquisa: a) o impacto da articulação entre factores individuais (valores e atitudes) e estruturas sociais no desenvolvimento de atitudes discriminatórias, nomeadamente face aos imigrantes e refugiados, numa perspectiva multinível; b) metodologias de estudos trans-nacionais e longitudinais. Iniciou, recentemente, uma linha de pesquisa dedicada ao estudo da formação dos valores e das atitudes discriminatórias na infância e na adolescência, sendo Investigadora Principal do projecto CLAVE (O desenvolvimento dos valores humanos na infância e na adolescência), financiado pela FCT. Desde janeiro de 2018 é Coordenadora Nacional do European Social Survey-ERIC e do European Values Study.