Itinerários

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Em 1982 era criado, na Universidade de Lisboa, o Instituto de Ciências Sociais, dando continuidade ao Gabinete de Investigações Sociais, formado vinte anos antes. Desde essa altura, o panorama das Ciências Sociais mudou consideravelmente em Portugal. Consolidou-se e amadureceu ao mesmo tempo que foi acolhendo novas indagações e diversificando saberes. O ICS de hoje espelha muitas dessas mudanças. Ao tornar-se a casa de um número cada vez maior de investigadores, o ICS tornou-se o ponto de convergência de muitos e diferentes itinerários, juntando um conjunto alargado de disciplinas, objectos e formas de apreender o mundo social. É no cruzamento de uns e outros que surge este livro, uma obra que retrata, antes de mais, a diversidade do ICS no presente. Reunido mais de 40 textos originais de investigadores do ICS, esta colectânea oferece um panorama privilegiado da investigação nas áreas da história, sociologia, antropologia, economia, ciência politica, e psicologia social. Apresentando grandes temáticas contemporâneas – desde Portugal, o império e a diáspora as migrações e identidades, da ciência e da cidadania a, religião, da família, do género e da escola aos estilos de vida –, abordam-se vários tempos históricos e varias sociedades, apresentando resultados inovadores em campos diversificados.
Prefácio | p.27 |
Introdução - A investigação científica como vocação e como profissão Manuel Villaverde Cabral |
p.29 |
A construção do Portugal moderno | |
Capítulo 1 - Transformações do liberalismo em Portugal (c. 1880-c. 1900) Rui Ramos |
p.51 |
Capítulo 2 - A «era de progresso» da viticultura nacional Conceição Andrade Martins |
p.69 |
Capítulo 3 - O concurso público que Eça de Queirós não ganhou Maria Filomena Mónica, Maria José Marinho e Maria Isabel Soares |
p.89 |
Capítulo 4 - Cozinha, nacionalismo e cosmopolitismo em Portugal (séculos XIX-XX) José Manuel Sobral |
p.99 |
Capítulo 5 - Continuidade e ruptura: as primeiras leis sociais de Marcello Caetano Fátima Patriarca |
p.125 |
Capítulo 6 - Portugal no século XXI. As causas do ressurgimento português Luís Salgado de Matos |
p.141 |
Capítulo 7 - O futuro da história económica de Portugal Pedro Lains |
p.155 |
Cidadania e instituições democráticas | |
Capítulo 8 - Cidadania trans-escalar. O Estado, a cidade global e o cidadão Mónica Brito Vieira e Filipe Carreira da Silva |
p.171 |
Capítulo 9 - Notas sobre o problema da proliferação das armas nucleares José Manuel Rolo |
p.189 |
Capítulo 10 - Dimensões internacionais da democratização: debates, paradoxos e opções políticas Alexandra Barahona de Brito e Andrés Malamud |
p.203 |
Capítulo 11 - Exposição às sondagens, mobilização cognitiva e comportamento eleitoral: as eleições legislativas de 2002 em Portugal Pedro Magalhães |
p.225 |
Capítulo 12 - Fidelidade do voto e mobilidade eleitoral em Portugal Marco Lisi |
p.239 |
Capítulo 13 - Oposição a políticas anti-racistas na Europa: factores individuais e socioestruturais Alice Ramos, Jorge Vala e Cícero Pereira |
p.257 |
Ambiente, risco e espaços | |
Capítulo 14 - Ambiente e políticas ambientais: escalas e desajustes Luísa Schmidt |
p.285 |
Capítulo 15 - Agricultura a tempo parcial e multifuncionalidade da agricultura: novas perspectivas para o desenvolvimento rural sustentável? Aida Valadas de Lima |
p.315 |
Capítulo 16 - Águas da capital – 150 anos de uma história pouco fluida Luísa Schmidt, Tiago Saraiva e João Pato |
p.331 |
Capítulo 17 - Tecnologia industrial e curandeiros: partilhando pseudodeterminismos Paulo Granjo |
p.353 |
Capítulo 18 - Portugal, sociedade dualista em questão: dinâmicas territoriais e desigualdades sociais Renato Miguel do Carmo |
p.373 |
Ciência e o fazer ciência | |
Capítulo 19 - O ethos da ciência e as suas transformações contemporâneas, com especial atenção sobre a biotecnologia José Luís Garcia e Hermínio Martins |
p.397 |
Capítulo 20 - O paradoxo do mau argumento João de Pina Cabral |
p.419 |
Capítulo 21 - Configurações da investigação científica em Portugal: três estudos de caso Tiago Saraiva, Ana Delicado e Cristiana Bastos |
p.429 |
Capítulo 22 - Antes do 11 de Setembro: discursos sobre muçulmanos na Europa e a viragem islamizante no pós-1989 Nina Clara Tiesler |
p.451 |
Escola, juventude e trabalho | |
Capítulo 23 - «Escolas do diabo»: questionando a violência José Machado Pais |
p.477 |
Capítulo 24 - A casa, a escola e a aprendizagem do trabalho: práticas de crianças e jovens escolarizados Ana Nunes de Almeida e Maria Manuel Vieira |
p.499 |
Capítulo 25 - Artistas, organizações e mercados de trabalho artísticos: do teatro para os outros mundos da arte Vera Borges |
p.523 |
Capítulo 26 - Os quadros na banca portuguesa: processos de inovação, contextos de trabalho e enquadramento sindical Marinús Pires de Lima, Ana Guerreiro, Marina Kolarova e Marta Lino |
p.539 |
Género, família e corporalidades | |
Capítulo 27 - Género e modernidade. A construção pública do privado Sofia Aboim |
p.561 |
Capítulo 28 - Mulheres e associativismo em França, Itália e Portugal (1888-1939) Anne Cova |
p.583 |
Capítulo 29 - Mulheres imigrantes e novas trajectórias de migração: um croché transnacional de serviços e cuidados no feminino Karin Wall, Cátia Nunes e Ana Raquel Matias |
p.603 |
Capítulo 30 - Mulheres transitivas: hegemonias de género em processos de mudança no feminino (Tupinambá de Olivença, Brasil) Susana de Matos Viegas |
p.623 |
Capítulo 31 - Doentes de Alzheimer e apoio familiar: um estudo na Suíça francófona Sanda Samitca |
p.641 |
Capítulo 32 - Das experiências da sexualidade: no interior do Brasil, no interior de Portugal Vanda Aparecida da Silva |
p.657 |
Capítulo 33 - Be some body: modificação corporal e plasticidade identitária na sociedade contemporânea Vítor Sérgio Ferreira |
p.671 |
Império, diásporas e migrações | |
Capítulo 34 - A História e os estudos pós-coloniais Valentim Alexandre |
p.693 |
Capítulo 35 - Dissolver a diferença. Mestiçagem e conversão no império português Ângela Barreto Xavier |
p.709 |
Capítulo 36 - As associações de emigrantes portugueses na Bélgica e no Reino Unido: identidades colectivas, capital social e políticas públicas de integração Daniel Melo |
p.729 |
Capítulo 37 - Portugal na Europa e a questão migratória: associativismo e integração de jovens de origem africana em Portugal Marzia Grassi |
p.749 |
Capítulo 38 - A construção social das diferenças nas relações entre grupos sociais Rui Costa-Lopes, Jorge Vala, Cícero Pereira e Patrícia Aguiar |
p.769 |
Comunidades e práticas religiosas | |
Capítulo 39 - O «Islão do século XX» e o «comunismo do século XXI» José Barreto |
p.793 |
Capítulo 40 - «Ou casada, ou caseira»: mediunidade e feminidade de classe média em São Vicente de Cabo Verde João Vasconcelos |
p.817 |
Capítulo 41 - O Atlântico cristão. Apontamentos etnográficos sobre o encontro religioso em Lisboa Ramon Sarró e Ruy Llera Blanes |
p.839 |
Capítulo 42 - Portugal entre singularidade e pluralidade religiosas: algumas considerações históricas e sociológicas Steffen Dix |
p.855 |
Manuel Villaverde Cabral, é atualmente investigador emérito do ICS-ULisboa e foi diretor do Instituto do Envelhecimento-ULisboa até 2015. Foi diretor da Biblioteca Nacional, presidente do ICS e vice-reitor da Universidade de Lisboa.
Karin Wall, sociológa. É actualmente investigadora coordenadora e directora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Lecciona a nível graduado e pós-graduado desde 1980, no ISCTE-IUL e no Instituto de Ciências Sociais. As suas principais áreas de especialização são a sociologia da família e das relações de género, a análise comparativa de políticas sociais e a sociologia das migrações. A sua investigação e publicações centram-se nas mudanças na família e relações de género em Portugal e na Europa, na conciliação trabalho-família, na paternidade e no papel dos homens na família, nas solidariedades e redes sociais ao longo da vida, nas migrações e vivências transnacionais, nos desenvolvimentos nas políticas de família na Europa e no impacto da crise nas crianças e na vida familiar. É membro fundador da Associação Portuguesa de Sociologia (1985) e da Associação Europeia de Sociologia (1992). Trabalha, desde 1994, como especialista internacional em políticas familiares em várias instituições e redes europeias. Foi membro do Observatório Europeu de Políticas Nacionais de Família. Foi membro do Comité de Peritos em Políticas Sociais para Famílias e Crianças do Conselho da Europa. É membro, da International Network on Leave Policies and Research. Em 2018, foi professora visitante na Universidade de Genebra (Alba Viotto Professorship). Foi fundadora e coordenadora até 2018 do Observatório de Famílias e Políticas Familiares (OFAP).
Sofia Aboim, socióloga, tem trabalhado desde 1997 no ICS, onde actualmente é Investigadora Auxiliar. É também membro do GEXcel − International Collegium for Advanced Transdisciplinary Gender Studies, sediado nas Universidades de Linköping, Karlstad e Örebro na Suécia. Tem vindo a trabalhar sobre vários temas, destacando-se por um lado a família, as gerações e o curso de vida, e, por outro, o género e a sexualidade, as masculinidades e as feminilidades, bem como os processos de discriminação social, as migrações e as sociedades pós-coloniais. Entre os seus interesses teóricos incluem-se ainda a teoria crítica, a modernidade ou o pós-colonialismo.
Filipe Carreira da Silva, Investigador Auxiliar do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e fellow do Selwyn College da Universidade de Cambridge. É, desde 2012-2013, professor convidado no Departamento de Sociologia da Universidade de Cambridge. Os seus interesses académicos passam pelas teorias sociológicas, sociologia política urbana e estudos sobre cidadania. O seu actual projecto de investigação - Populus: Repensando o Populismo (2018-2021) - é financiado pela FCT e propõe-se responder à questão de porque é que não há populismo em Portugal.