A Revolução de 1820. Leituras e Impactos
25,00 € | 22,50 € |
Este livro reúne uma seleção de textos apresentados no Congresso Internacional do Bicentenário da Revolução de 1820 que decorreu em Lisboa, na Assembleia da República e na Fundação Calouste Gulbenkian, entre os dias 11 e 13 de outubro de 2021. No seu conjunto, estes textos enquadram uma diversidade e pluralidade de leituras sobre a Revolução de 1820 e sobre os seus múltiplos impactos, designadamente nos planos político, social e institucional, tanto ao nível nacional como internacional.
São leituras e impactos que prolongam e reinventam abordagens relativas a um período histórico crucial para a compreensão do mundo contemporâneo, aberto pela era das revoluções em que se inscreve o movimento regenerador vintista. Neste sentido, o livro abre perspetivas inovadoras que constituem, para os organizadores desta edição, a melhor forma de assinalar o significado duradouro, os legados e a memória de um acontecimento histórico tão marcante como foi a Revolução de 1820.
Índice
Notas sobre os autores | p. 15 |
Apresentação | p. 31 |
Abertura Eduardo Ferro Rodrigues, Guilherme d’Oliveira Martins, Miriam Halpern Pereira e Marcelo Rebelo de Sousa |
p. 33 |
Parte I CONSTITUCIONALISMO E CULTURA POLÍTICA Capítulo 1 Modelos de constitucionalismo liberal António Pedro Barbas Homem |
p. 49 |
Capítulo 2 Idea y acción en la construcción de la cultura política peninsular. Revolución, Monarquía y Constitución en 1812 y 1822 Ángeles Lario |
p. 65 |
Capítulo 3 Representação e direitos civis no triénio liberal português. Ideias e linguagens políticas Ana Cristina Araújo |
p. 81 |
Capítulo 4 La utopía peticionaria. Derecho de petición y gobierno representativo durante la era de la revolución Diego Palacios Cerezales |
p. 97 |
Capítulo 5 Os bispos e a liberdade, ou a liberdade dos bispos Manuel Clemente |
p. 115 |
Capítulo 6 História e memória do vintismo. Olhares académicos sobre a Constituição de 1822 Zília Osório de Castro e Luís Bigotte Chorão |
p. 131 |
Capítulo 7 A Sociedade Literária Patriótica de Lisboa (1820-1823). Contributos para a cultura política do vintismo Diana Tavares da Silva |
p. 141 |
Capítulo 8 Un moment espagnol? Pratiques électorales et culture constitutionnelle dans les Deux-Siciles, 1820 Gian Luca Fruci |
p. 157 |
Parte II PROCESSO POLÍTICO: REVOLUÇÃO E CONTRARREVOLUÇÃO Capítulo 9 Contrarrevolución y antirrevolución en Portugal y España durante los trienios constitucionales (1820-1823). Una visión ibérica comparada Ramon Arnabat Mata |
p. 175 |
Capítulo 10 Entre tradição e modernidade: a cultura política contrarrevolucionária em Portugal, 1820-1834 Maria Alexandre Lousada |
p. 195 |
Capítulo 11 Miguelismo e jesuitismo. Descontinuidade no processo político para o liberalismo Francisca M. C. Branco Veiga |
p. 215 |
Capítulo 12 A representação dos proscritos. Ideologia e conflito nas eleições para as Cortes ordinárias portuguesas de 1822 Paulo Jorge Fernandes e Evaristo Caixeta Pimenta |
p. 237 |
Capítulo 13 Liberalismo, contrarrevolução e exílio político no reinado de D. Miguel: Portugal e Brasil (1828-1834) Andréa Lisly Gonçalves |
p. 255 |
Capítulo 14 Conservador, contrarrevolucionário e miguelista? O ideário político do visconde de Santarém (1819-1834) Daniel Estudante Protásio |
p. 269 |
Capítulo 15 Um olhar sobre a revolução. O combate do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Carlos da Cunha Teresa Ponces |
p. 279 |
Parte III LINGUAGENS, REPRESENTAÇÕES E OPINIÃO PÚBLICA Capítulo 16 A Revolução Liberal de 1820 na história externa da língua portuguesa Telmo Verdelho |
p. 297 |
Capítulo 17 Liberalismo e opinião pública. Representações da imprensa liberal britânica em torno da Revolução portuguesa de 1820 Pedro Couceiro e Elisabete Mendes Silva |
p. 305 |
Capítulo 18 Cádiz, Oporto, Calcuta. Ecos bengalíes de las revoluciones ibéricas (1820-1823) Javier Fernández Sebastián |
p. 323 |
Capítulo 19 Noções da revolução nos periódicos servis durante as Cortes de Cádis (1811-1814) Bruno Santos Sobrinho |
p. 345 |
Capítulo 20 Revoluções de rosto jânico. Experiências e modernidade no conceito de revolução em Portugal e Espanha (1808-1823) Ricardo de Brito |
p. 363 |
Capítulo 21 Periódicos e folhetos humorísticos de José Daniel Rodrigues da Costa desde a Revolução de 1820 até ao início da Guerra Civil João Pedro Rosa Ferreira |
p. 379 |
Capítulo 22 A «orquestra satírica» de Francisco de Assis Castro e Mendonça. O humor de um legitimista disfarçado de liberal Patrícia Gomes Lucas |
p. 397 |
Parte IV INDIVÍDUOS, GRUPOS E MOVIMENTOS SOCIAIS Capítulo 23 Percursos pessoais e posições políticas em 1820. Como os agentes da cultura impressa portuguesa viveram os anos revolucionários Cláudio DeNipoti |
p. 415 |
Capítulo 24 Os negociantes da praça do Porto e a Revolução de 1820 Joaquim António Gonçalves Guimarães |
p. 429 |
Capítulo 25 Os engenheiros portugueses e o liberalismo. Atuação política, social e económica Ana Cardoso de Matos |
p. 445 |
Capítulo 26 Nas brumas do Sinédrio: João Ferreira Viana (1781-1861) Francisco Miguel Araújo |
p. 463 |
Capítulo 27 Com Garrett pelos caminhos da revolução Fernando Augusto Machado |
p. 481 |
Capítulo 28 General Claudino Pimentel (1776-1831). Um liberal nos caminhos da glória e do infortúnio Adília Fernandes |
p. 499 |
Capítulo 29 José António Guerreiro, o liberal de Lanhelas: de vintista a cartista (1789-1834) José António Barreto Nunes |
p. 513 |
Capítulo 30 À procura da nação. A comunidade italiana em Lisboa e o exílio político na altura do vintismo. Carmine Cassino |
p. 527 |
Parte V ESTADO E PODERES PERIFÉRICOS Capítulo 31 A Revolução de 1820. O Porto entre o liberalismo político e o protecionismo económico José Viriato Capela e Henrique Matos |
p. 547 |
Capítulo 32 O impacto do pronunciamento militar vintista nos municípios do sul Teresa Fonseca |
p. 565 |
Capítulo 33 A Madeira e o vintismo. Das cinco vias à Constituição de 1822 Paulo Miguel Rodrigues |
p. 579 |
Capítulo 34 Reforma do sistema penal e prisional em debate (1820-1823) Maria João Vaz |
p. 599 |
Capítulo 35 A saúde pública nos trabalhos parlamentares em Portugal e Espanha (1820-1823) Joaquim Melon Ribeiro Simões |
p. 615 |
Capítulo 36 A assistência aos expostos enquanto problema de saúde pública e os particularismos do contexto lisboeta Joana Vieira Paulino |
p. 629 |
Parte VI DO CONSTITUCIONALISMO ÀS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA DO SUL Capítulo 37 O raiar da liberdade política. Leituras do movimento constitucional de 26 de fevereiro de 1821 no Rio de Janeiro Lucia Maria Bastos Pereira das Neves |
p. 649 |
Capítulo 38 Maranhão, abril de 1821. A Revolução de 1820 no norte da América portuguesa Marcelo Cheche Galves |
p. 667 |
Capítulo 39 «Como soldado, como português, e como filho de uma ilustre pátria por quem ainda darei a vida, e fazenda […]». Felisberto Caldeira Brant e a Revolução do Porto de 1820 Rafael Cupello Peixoto |
p. 681 |
Capítulo 40 1820: Luís do Rego Barreto, governador de Pernambuco Maria Beatriz Nizza da Silva |
p. 697 |
Capítulo 41 Orden, soberanía territorial y unión confederal. La incorporación de la provincia Cisplatina al imperio de Brasil Ana Frega Novales |
p. 711 |
Capítulo 42 Una Constitución que ponga en fuga a la anarquía. Constitucionalismo, construcciones políticas y prensa en la Provincia Oriental/Cisplatina Wilson González Demuro |
p. 729 |
Parte VII MEMÓRIAS E LEGADOS DA REVOLUÇÃO Capítulo 43 Inventarse los mitos del trienio liberal para frenar el discurso revolucionario en la cultura liberal progresista Jordi Roca Vernet |
p. 747 |
Capítulo 44 A evocação do centenário da Revolução de 1820 no arquipélago dos Açores Susana Serpa Silva |
p. 763 |
Capítulo 45 A presença britânica em Portugal entre 1815 e 1820 revisitada a partir da correspondência do duque de Wellington Fernando Dores Costa |
p. 779 |
Capítulo 46 A Conspiração de 1817 – Gomes Freire, de Raul Brandão. Mundividência histórica brandoniana Maria Otília Pereira Lage |
p. 797 |
Capítulo 47 Noções de património. Os conceitos de monumento histórico e monumento nacional no período vintista Madalena Costa Lima |
p. 815 |
Capítulo 48 Proscénios triunfais: as arquiteturas efémeras celebrativas da Revolução Liberal de 1820 Milton Pedro Dias Pacheco |
p. 827 |
Miriam Halpern Pereira é professora catedrática emérita de História, Iscte-Instituto Universitário de Lisboa. Investigadora do CIES/Iscte-Instituto Universitário de Lisboa. Diretora dos Arquivos Nacionais entre 2001-2004. Diretora fundadora do CEHC e da revista Ler História. Publicações recentes: Sob Signo da Revolução de 1820: Economia e Sociedade (Assembleia da República, 2020). Gomes Freire e as Vésperas da Revolução de 1820, em colaboração com Ana Cristina Araújo (CML/ BN, 2018) e A Primeira República na Fronteira entre Liberalismo e Democracia (Gradiva, 2016). Recebeu a medalha de mérito científico (MCTES, 2017).
Ana Cristina Araújo é professora associada com agregação na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, investigadora integrada do Centro de História da Sociedade e da Cultura dessa mesma universidade e diretora da Revista de História das Ideias. É autora de numerosos artigos e livros sobre história das ideias e da cultura (séculos XVIII e XIX). Acaba de publicar Resistência Patriótica e Revolução Liberal, 1808-1820 (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2022).
Daniel Alves é professor auxiliar no Departamento de História e investigador no Instituto de História Contemporânea (IHC), ambos da NOVA FCSH. Mestre em história do século XIX e doutorado
em história económica e social contemporânea. É editor da revista IJHAC: A Journal of Digital Humanities, publicada pela Edinburgh University Press (https://www.euppublishing.com/loi/ijhac) e editor-chefe da versão portuguesa do The Programming Historian (https://programminghistorian.org/pt/). Coordena o Laboratório de Humanidades Digitais do IHC (http://dhlab.fcsh.unl.pt/), sendo consultor da Infraestrutura Digital de Investigação ROSSIO (https://rossio.fcsh.unl.pt/). É atualmente subdiretor adjunto para as infraestruturas tecnológicas e transição digital da NOVA FCSH.
Jorge Fernandes Alves, investigador do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória. Professor Catedrático (aposentado) do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Investiga nas áreas da história económica e social e história política. Tem publicações sobre migrações, empresas e empresários, poder local, instituições de saúde, de ensino e associações.
José Luís Cardoso é investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa. Tem vasta obra publicada internacionalmente sobre temas de história do pensamento económico português em perspetiva comparada. É autor de diversos ensaios de história política, económica e intelectual sobre o período final do absolutismo e génese do liberalismo em Portugal. Publicou recentemente Manuel Fernandes Tomás. Escritos Políticos e Discursos Parlamentares (1820-1822) (Imprensa de Ciências Sociais, 2020).
Maria Alexandre Lousada, licenciada em história e doutorada em geografia (geografia histórica) pela Universidade de Lisboa. Professora da área de história na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e diretora do curso de doutoramento da mesma Faculdade. Investigadora do Centro de História da Faculdade de Letras e do Centro de Estudos Geográficos, ambos da Universidade de Lisboa. A sua investigação tem por objeto a construção da sociedade contemporânea portuguesa, tendo-se centrado no estudo das sociabilidades e do associativismo, da contrarrevolução, da produção do espaço urbano e dos primórdios do turismo em Portugal.
Zília Osório de Castro, investigadora integrada no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, NOVA FCSH e professora catedrática jubilada dessa mesma universidade. Dedicou-se à investigação e docência sobretudo da história das ideias políticas dos séculos XVIII e XIX e nos últimos anos aos estudos sobre as mulheres, tendo publicado em ambos os âmbitos. Foi diretora adjunta da revista Cultura. História e Filosofia e fundadora e diretora de Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher.