Pesquisar Jovens
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As incertezas e as indecisões nas expetativas perante o futuro, a instabilidade e provisoriedade nos projetos, as reversibilidades e as contrariedades nos trajetos, a visualização e a digitalização massiva das existências constituem novos desafios na vida dos jovens que impelem a novos caminhos nas formas de os pesquisar. Perante as novas configurações dos mundos juvenis, existem sérios perigos em seguir à risca os caminhos em linha reta sugeridos por manuais de metodologia. Ir armado de certezas teóricas e regras metodológicas para enfrentar as aventuras que convocam os jovens de hoje é meio caminho andado para se andar em círculo e chegar-se onde já se conhece. A cada novo desafio lançado em terrenos juvenis, um novo método precisa de ser inventado, para que se encontrem as melhores formas de capturar as complexidades e os desdobramentos dos rumos de vida dos jovens contemporâneos. É neste contexto de novos desafios que convidamos todos os interessados e profissionais que trabalham com jovens e sobre jovens – académicos, estudantes de licenciatura e pós-graduação, professores, técnicos, especialistas e decisores políticos – a acompanhar os caminhos de pesquisa trilhados neste livro. O seu conteúdo não reflete um manual de metodologia sobre como fazer estudos de juventude, mas propõe um conjunto de reflexões sobre diferentes caminhos metodológicos percorridos na recente pesquisa sobre adolescentes e jovens em Portugal e no Brasil.
Caminhos e desafios metodológicos na pesquisa com jovens Vítor Sérgio Ferreira |
p. 17 |
1. A (in)disponibilidade dos sujeitos como objeto de estudo: reflexões a partir de duas pesquisas com adolescentes Lia Pappámikail e Maria Manuel Vieira |
p. 33 |
2. Conversas entre jovens: o uso youth-friendly de grupos focais Vítor Sérgio Ferreira e Alexandra Raimundo |
p. 57 |
3. Quando a investigação é feita com participantes ativos: ampliar o uso das técnicas de entrevista e de grupo focal Maria José Brites |
p. 91 |
4. Explorando terrenos digitais: metodologias de investigação qualitativa online e offline em práticas culturais e de participação juvenis | p. 111 |
5. Crianças online: metodologias visuais, novas descobertas e desafios éticos Ana Nunes de Almeida e Ana Delicado |
p. 135 |
6. Imagens e tecnologias visuais em pesquisa com jovens: o uso do método photovoice no projeto "Olhares em Foco" Daniel Meirinho e Ricardo Campos |
p. 163 |
7. A realização de documentário criativo no contexto da investigação sociológica: notas para uma prática Maria João Taborda |
p. 187 |
8. Pesquisando jovens em mobilidade, "mobilizando" metodologias Isaurora Cláudia Martins de Freitas |
p. 201 |
9. A etnografia como enunciação pedestre: itinerâncias com meninos e meninas em situação de rua Simone Frangella |
p. 221 |
Vítor Sérgio Ferreira, sociólogo e investigador auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde cocoordena o Observatório Permanente da Juventude. As suas principais áreas de investigação são sociologia da juventude: identidades e culturas juvenis; transições para a idade adulta e percursos de vida; escola, empregabilidade e trabalho; gerações e valores; práticas e estilos de vida; Sociologia do Corpo: atitudes perante o corpo; práticas de manutenção e modificação corporal; culturas somáticas; Sociologia da Cultura: mediadores culturais; artistas e criadores; criatividade; práticas culturais; Métodos Qualitativos: técnicas de entrevista; grupos de discussão; análise de conteúdo, MAXQDA, biografia e retratos sociológicos.