O que pensar quando os cientistas e os seus programas científicos participam formal e activamente nos programas políticos de regimes totalitários? Será que eles estão apenas a confirmar a natureza essencialmente política da esfera científica? Ou será que eles se limitam a seguir mecanicamente as regras destes programas científicos apenas porque a isso são obrigados? As análises histórico-sociológicas e biográficas aqui expostas do caso da emergência e consolidação da primeira escola de antropologia em Portugal sugerem que se nos colocarmos na pele destes cientistas descobriremos que nenhuma daquelas hipóteses pode dar realmente conta do verdadeiro princípio de acção por detrás das suas práticas.