Palestra-Concerto: Gota D’Água Preta. Teatralidades negras numa sociedade tensa e à beira do colapso

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Fri . 14 Oct . 16h00
Auditório Sedas Nunes, ICS-ULisboa
Palestra-Concerto: Gota D’Água Preta. Teatralidades negras numa sociedade tensa e à beira do colapso

Na próxima sexta-feira, 14 de outubro, às 16 horas, o Auditório Sedas Nunes do ICS recebe um coletivo formado por Jé Oliveira (USP-SP), Salloma Salomão Jovino (USP. CELLAC e Conservatório Dramático Musical de Tatuí-SP), Aysha Nascimento (ELT- Escola Livre e Teatro de Santo André-SP) e o músico Lucas de Campos para a palestra “Gota D’Água Preta. Teatralidades negras numa sociedade tensa e à beira do colapso”, seguida de um pequeno concerto.

Este evento tem o apoio do GI LIFE – Percursos de Vida, Desigualdades e Solidariedades, e do GI Identidades, Culturas e Vulnerabilidades.

Esta palestra-concerto anuncia uma tournée que o coletivo fará em Portugal durante a próxima semana, do espetáculo GOTA D’ÁGUA {PRETA}, DE JÊ OLIVEIRA | MOSTRA SÃO PALCO (BRASIL), uma adaptação de Gota d’Água, musical de Chico Buarque e Paulo Pontes, e que faz ressaltar as questões raciais embutidas na obra de 1975, a qual transfere a tragédia de Medeia para o subúrbio do Rio de Janeiro. Se o original discute as implicações sociopolíticas do regime militar brasileiro, então vigente, a releitura do diretor Jé Oliveira enegrece e atualiza a obra: traz um elenco maioritariamente negro, evidenciando o contexto social e racial das personagens (pobres, moradores de um complexo de habitação social), além de salientar religiões de matriz africana e a musicalidade negra – com instrumentos de percussão africana e elementos do hip-hop. Joana, a versão brasileira de Medeia, é uma mulher de meia-idade que se vê abandonada pelo marido, o jovem sambista Jasão, e que está prestes a ser despejada do apartamento em que vive com os seus dois filhos. Com a metáfora de uma traição conjugal, o espetáculo realça a discussão racial, social e de classes com base no atual momento político do Brasil.