Conhecimento e Visão: Fotografia no Arquivo e no Museu Colonial Português (1850-1950)
Conhecimento e Visão: Fotografia no Arquivo e no Museu Colonial Português (1850-1950)
Ao longo da segunda metade do século XIX, a fotografia surgiu como um instrumento central na definição de identidades nacionais, coloniais e individuais, e como uma nova forma de conhecimento e de comunicação. Entre os anos 1850 e os anos 1950, a fotografia foi mesmo o principal modo de tornar o mundo visível. Esta hegemonia da fotografia foi contemporânea à hegemonia do colonialismo contemporâneo. Uma coincidência temporal que se reflectiu na estreita relação entre colonialismo e fotografia: nos modos como contribui para uma cultura colonial, por um lado. E. por outro, na forma como se tornou um dos objectos históricos determinantes do seu arquivo e museu - aqueles espaços e lugares onde os vestígios materiais, visuais e escritos da experiência colonial portuguesa acabaram as suas viagens. Entre os muitos usos da fotografia em contexto colonial poderíamos sugerir:
Ao serviço da propaganda: ao anular a distância entre metrópole e império; e ao mostrar as colónias e os seus habitantes àqueles que era colonizadores mas não podiam ver ou conhecer os espaços que colonizavam através de outros meios.
Na produção de conhecimento: ao ser, primeiro, um instrumento inseparável dos vários saberes científicos que usavam as colónias como laboratório; e, mais tarde, já em finais do século XIX, ao converter-se num elemento fundamental para as várias ciências coloniais que se consolidaram em todos os contextos europeus deste período através de instituições, exposições, museus, congressos e revistas. A fotografia constituiu-se num elemento central da relação entre conhecimento e colonialismo mas também foi apropriada pelos colonizados no forjar das suas identidades e das suas agendas nacionalistas, por vezes contra o domínio colonial.
Colonialismo, Cultura visual, Produção de conhecimento, Arquivo colonial
Ao longo da segunda metade do século XIX, a fotografia surgiu como um instrumento central na definição de identidades nacionais, coloniais e individuais, e como uma nova forma de conhecimento e de comunicação. Entre os anos 1850 e os anos 1950, a fotografia foi mesmo o principal modo de tornar o mundo visível. Esta hegemonia da fotografia foi contemporânea à hegemonia do colonialismo contemporâneo. Uma coincidência temporal que se reflectiu na estreita relação entre colonialismo e fotografia: nos modos como contribui para uma cultura colonial, por um lado. E. por outro, na forma como se tornou um dos objectos históricos determinantes do seu arquivo e museu - aqueles espaços e lugares onde os vestígios materiais, visuais e escritos da experiência colonial portuguesa acabaram as suas viagens. Entre os muitos usos da fotografia em contexto colonial poderíamos sugerir:
Ao serviço da propaganda: ao anular a distância entre metrópole e império; e ao mostrar as colónias e os seus habitantes àqueles que era colonizadores mas não podiam ver ou conhecer os espaços que colonizavam através de outros meios.
Na produção de conhecimento: ao ser, primeiro, um instrumento inseparável dos vários saberes científicos que usavam as colónias como laboratório; e, mais tarde, já em finais do século XIX, ao converter-se num elemento fundamental para as várias ciências coloniais que se consolidaram em todos os contextos europeus deste período através de instituições, exposições, museus, congressos e revistas. A fotografia constituiu-se num elemento central da relação entre conhecimento e colonialismo mas também foi apropriada pelos colonizados no forjar das suas identidades e das suas agendas nacionalistas, por vezes contra o domínio colonial.