O seminário do GI Memória, intitulado "Exportar Portugal.  A diplomacia cultural e as estratégias de rebranding do Estado Novo nos Estados Unidos (1933-1974)", contará com a presença de Annarita Gori e Valerio Torreggiani, que irão discutir projeto ExPORT e os desafios associados. 

A sessão terá início às 11h00, na sala 2 do ICS-ULisboa e terá transmissão online, através do link Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/96041883943?pwd=V2h3OFdCNUloSmdtM3lsQU1NK3g4dz09.

--- Mais sobre o projeto ExPORT --- 

A exportação dos bens de um país para o estrangeiro pode ser interpretada não apenas através de indicadores económicos, mas também através de um conjunto de praticas e políticas culturais.
O projeto ExPORT examina como, entre 1933 e 1974, o regime do Estado Novo utilizou nos Estados Unidos de América a da diplomacia cultural para atingir objetivos internacionais e estratégias de ‘national rebranding’ para remodelar a imagem do país no sentido da inflação do orgulho nacional e do combate a perceções negativas no estrangeiro. Mais especificamente quer entender o modo como a promoção da cultura, da paisagem, da comida e da música foram usados para preservar relações estáveis, impulsionar a economia e manter o controlo e o apoio da comunidade luso-americana. 
A principal hipótese é que o Estado Novo intensificou o soft power para compensar as deficiências dos canais diplomáticos formais, em períodos nos quais as relações com os EUA foram prejudicadas. Ao contrapesar esta fragilidade, aquelas práticas serviram como um instrumento para segurar tanto os interesses geopolíticos do regime como a sua estabilidade interna e do império colonial. 
ExPORT visa a produzir o primeiro levantamento exaustivo e estudo multidisciplinar sobre as políticas de soft power do Estado Novo nos EUA. Além disso, ao estudar como um país não democrático relativamente periférico utilizou a diplomacia cultural nos EAU para alcançar os seus objetivos, o projeto pretende "desamericanizar" a literatura sobre o tema que até agora tem permanecido confinada a uma perspetiva demasiado presa à ideia de “centro-periferia”. Finalmente, a abordagem de longo prazo fornecerá novos conhecimentos, tanto sobre a dimensão diacrónica do conceito de ‘rebranding’, como sobre o conceito de identidade nacional estudando-o de forma dinâmica na sua utilização para responder às mudanças de prioridades nas relações externas.