Corporativismo, instituições políticas e desempenho económico: estudos em história europeia contemporânea
Corporativismo, instituições políticas e desempenho económico: estudos em história europeia contemporânea
O principal objectivo deste projecto é construir uma plataforma para o desenvolvimento de investigação histórica inovadora sobre o século XX europeu. A abordagem metodológica aqui proposta é simultaneamente interdisciplinar e comparativa, reunindo vários investigadores provenientes de diferentes disciplinas nos domínios das ciências sociais e humanidades, com um interesse comum e central em estudos comparativos de história europeia. A organização das actividades de investigação irá reflectir a diversidade de abordagens que podem ser construídas sobre um amplo objecto de investigação. O projecto centra-se na análise do corporativismo enquanto conceito e movimento histórico chave, embora os seus objectivos e alcance ultrapassem consideravelmente os limites das experiências históricas associadas ao corporativismo autoritário do período entre guerras ao (neo) corporativismo democrático ou societal do pós-guerra. De facto, o projecto proposto irá compreender o tratamento de aspectos relacionados com o funcionamento das instituições políticas e económicas, e a análise de problemas associados ao desempenho económico, ao crescimento e à integração europeia do século XX. Embora a atenção dada ao estudo da experiência histórica portuguesa seja primordial, o principal objectivo é fornecer os fundamentos para o desenvolvimento de uma agenda de investigação verdadeiramente internacional. Dado o amplo conjunto de questões a serem abordadas, o projecto engloba interesses e motivações intelectuais, não só de historiadores económicos e do pensamento económico, mas também de um vasto grupo de outros historiadores, sociólogos e cientistas políticos. Sem renunciar à utilização de uma linguagem técnica e instrumentos analíticos provenientes tanto da economia como da ciência política, procurar-se-á satisfazer os interesses de um público mais amplo preocupado com os desenvolvimentos científicos no âmbito da história e das ciências sociais em geral. Este projecto de investigação procurará oferecer novos argumentos que demonstrem a relevância das experiências do corporativismo entre guerras e das reflexões neo-corporativistas do pós-guerra, não só para uma melhor compreensão do desenvolvimento e difusão de ideias económicas e políticas durante esses períodos, mas também para explicar como diferentes regimes políticos podem acomodar e fazer uso de conceitos com um significado e alcance muito mais amplos. Com este propósito, será dado um ênfase especial aos argumentos desenvolvidos pelo corporativismo com o duplo objectivo de evitar conflitos sociais e de alcançar a harmonia social. Entre essas ideias fundadoras incorporadas no discurso corporativista, encontram-se uma série de noções e preceitos morais que vieram a tornar-se em princípios centrais do corporativismo (tanto autoritário como democrático) do século XX, a saber: a harmonia e coesão orgânicas, a regeneração social, a reciprocidade, a solidariedade, a justiça, o consentimento mútuo, o relacionamento espontâneo. A aplicação destes princípios tem exigido a criação, recuperação e reforço das instituições consideradas cruciais para a génese do espírito de homogeneidade social, lealdade e orgulho nacionais, tais como a unidade familiar, a escola, as associações locais e empresariais, o local de trabalho, a Igreja e o Estado. No seu conjunto, estes princípios e instituições podem ser considerados como pilares de um modelo de organização social, diferente do liberalismo e do socialismo, o qual constituiu o principal alvo na batalha travada pelos autores corporativistas do período entre guerras e pelos neo-corporativistas do pós-guerra, especialmente a partir de finais dos anos 60. Neste projecto procura-se reconstruir as origens históricas e as raízes do movimento corporativista, bem como examinar simultaneamente as experiências de sucesso e insucesso que tiveram lugar em vários países europeus. Também irá fornecer as bases para a discussão dos diálogos críticos entre o corporativismo e outras escolas de pensamento económico, designadamente a economia neoclássica e o keynesianismo. Será dada uma particular atenção à exposição dos diversos argumentos apresentados sobre o lugar do Estado na ordem económica e as suas várias formas de intervenção. De facto, o debate corporativo serve como pretexto para uma discussão mais ampla de certas questões de política económica, tais como: a forma como as estruturas políticas se adaptam e proporcionam condições institucionais para a promoção de um crescimento económico sustentável; os limites sociais e políticos que impedem a adopção de objectivos de pleno emprego, de regulamentações do trabalho e politicas de redistribuição do rendimento; as deficiências decorrentes do facto da formação, da educação, saúde e outras políticas sociais ficarem dependentes das contingências do mercado ou serem da responsabilidade das burocracias do Estado; o papel dos parceiros sociais na construção da coesão social, tanto a nível nacional como internacional.
Corporativismo, História contemporânea, Instituições politicas, História económica
O principal objectivo deste projecto é construir uma plataforma para o desenvolvimento de investigação histórica inovadora sobre o século XX europeu. A abordagem metodológica aqui proposta é simultaneamente interdisciplinar e comparativa, reunindo vários investigadores provenientes de diferentes disciplinas nos domínios das ciências sociais e humanidades, com um interesse comum e central em estudos comparativos de história europeia. A organização das actividades de investigação irá reflectir a diversidade de abordagens que podem ser construídas sobre um amplo objecto de investigação. O projecto centra-se na análise do corporativismo enquanto conceito e movimento histórico chave, embora os seus objectivos e alcance ultrapassem consideravelmente os limites das experiências históricas associadas ao corporativismo autoritário do período entre guerras ao (neo) corporativismo democrático ou societal do pós-guerra. De facto, o projecto proposto irá compreender o tratamento de aspectos relacionados com o funcionamento das instituições políticas e económicas, e a análise de problemas associados ao desempenho económico, ao crescimento e à integração europeia do século XX. Embora a atenção dada ao estudo da experiência histórica portuguesa seja primordial, o principal objectivo é fornecer os fundamentos para o desenvolvimento de uma agenda de investigação verdadeiramente internacional. Dado o amplo conjunto de questões a serem abordadas, o projecto engloba interesses e motivações intelectuais, não só de historiadores económicos e do pensamento económico, mas também de um vasto grupo de outros historiadores, sociólogos e cientistas políticos. Sem renunciar à utilização de uma linguagem técnica e instrumentos analíticos provenientes tanto da economia como da ciência política, procurar-se-á satisfazer os interesses de um público mais amplo preocupado com os desenvolvimentos científicos no âmbito da história e das ciências sociais em geral. Este projecto de investigação procurará oferecer novos argumentos que demonstrem a relevância das experiências do corporativismo entre guerras e das reflexões neo-corporativistas do pós-guerra, não só para uma melhor compreensão do desenvolvimento e difusão de ideias económicas e políticas durante esses períodos, mas também para explicar como diferentes regimes políticos podem acomodar e fazer uso de conceitos com um significado e alcance muito mais amplos. Com este propósito, será dado um ênfase especial aos argumentos desenvolvidos pelo corporativismo com o duplo objectivo de evitar conflitos sociais e de alcançar a harmonia social. Entre essas ideias fundadoras incorporadas no discurso corporativista, encontram-se uma série de noções e preceitos morais que vieram a tornar-se em princípios centrais do corporativismo (tanto autoritário como democrático) do século XX, a saber: a harmonia e coesão orgânicas, a regeneração social, a reciprocidade, a solidariedade, a justiça, o consentimento mútuo, o relacionamento espontâneo. A aplicação destes princípios tem exigido a criação, recuperação e reforço das instituições consideradas cruciais para a génese do espírito de homogeneidade social, lealdade e orgulho nacionais, tais como a unidade familiar, a escola, as associações locais e empresariais, o local de trabalho, a Igreja e o Estado. No seu conjunto, estes princípios e instituições podem ser considerados como pilares de um modelo de organização social, diferente do liberalismo e do socialismo, o qual constituiu o principal alvo na batalha travada pelos autores corporativistas do período entre guerras e pelos neo-corporativistas do pós-guerra, especialmente a partir de finais dos anos 60. Neste projecto procura-se reconstruir as origens históricas e as raízes do movimento corporativista, bem como examinar simultaneamente as experiências de sucesso e insucesso que tiveram lugar em vários países europeus. Também irá fornecer as bases para a discussão dos diálogos críticos entre o corporativismo e outras escolas de pensamento económico, designadamente a economia neoclássica e o keynesianismo. Será dada uma particular atenção à exposição dos diversos argumentos apresentados sobre o lugar do Estado na ordem económica e as suas várias formas de intervenção. De facto, o debate corporativo serve como pretexto para uma discussão mais ampla de certas questões de política económica, tais como: a forma como as estruturas políticas se adaptam e proporcionam condições institucionais para a promoção de um crescimento económico sustentável; os limites sociais e políticos que impedem a adopção de objectivos de pleno emprego, de regulamentações do trabalho e politicas de redistribuição do rendimento; as deficiências decorrentes do facto da formação, da educação, saúde e outras políticas sociais ficarem dependentes das contingências do mercado ou serem da responsabilidade das burocracias do Estado; o papel dos parceiros sociais na construção da coesão social, tanto a nível nacional como internacional.