ICS Policy Brief 2018 - Instituto do Envelhecimento

ÍNDICE • Introdução. 2-3 • Condições de saúde; • Vínculos sociais; • Participação política. 4-5 • Sentimento de segurança pessoal; • Sentimento de bem-estar; • Rendimento; • Preocupação ambiental. 6-7 • Escolaridade; • Habitação; • Como o grupo de 65 e mais anos se compara com os outros grupos etários? • Como se comparam, no grupo dos 65 ou mais anos, os indivíduos mais instruídos com os menos instruídos? 8-9 • O contributo de cada dimensão para a qualidade de vida; • Conclusão. 11 • Balanço da qualidade de vida. 10 C ontudo, a qualidade de vida é um conceito com múltiplos significados, não denotando necessariamente o mesmo para todos, devido em parte ao facto de se referir a múltiplas dimensões cuja importância ou valorização pode variar de indivíduo para indivíduo. Mesmo assim, a qualidade de vida pode ser definida como um conceito subjetivo e multidimensional que reflete as intera- ções complexas entre a condição de saúde, física e mental, o nível de autonomia, as relações sociais, as crenças pessoais, e outros aspetos relevantes do ambiente social do indivíduo. Deste modo, não é um conceito fácil de se medir adequadamente. Na literatura aparecem múltiplas abordagens à qualidade de vida e são propostos vários instrumentos e medidas para a captar, como as escalas CASP-19 1 ou o WHOQOL-OLD 2 . Um modo mais redutor consiste em usar medidas do estado de saúde como uma apro- ximação à qualidade de vida. Apesar das diferentes sensibilidades e abordagens, importa sublinhar que o con- ceito de qualidade de vida comporta sempre dimensões dinâmicas que estão sujeitas a variações no tempo e no espaço. Por conseguinte, para se entender as variações do conceito, seja ao longo dos anos, seja entre grupos sociais, é necessário atender ao comportamento das diferentes dimensões que integram a qualidade de vida. Estas dimensões implicam sempre uma combinação entre aspetos de natureza subjetiva e psicológica e outros de natureza mais objetiva e estrutural, dependendo da matriz teórica que se considere. Atendendo a que um dos objetivos deste policy brief é a divulgação de indicadores de qualidade de vida da população de 65 e mais anos, a escolha das dimensões inspira-se em grande medida na abordagem da OCDE 3 ao bem-estar das populações na medida em que esta privilegia as pessoas (ou suas opiniões) como fontes de informação e se centra nos aspetos que são por elas mais valorizados, proporcionando ainda evidên- cia sobre as circunstâncias de vida e o modo como estas são subjetivamente apreen- didas. Neste sentido, a informação que se disponibiliza atravessa um leque alargado de dimensões: condição de saúde, vínculos sociais, participação política, sentimento de segurança pessoal, preocupação ambiental, sentimento de bem-estar, escolaridade, rendimentos, habitação. Envelhecimento e qualidade de vida A qualidade de vida representa um objetivo que qualquer governo procura proporcionar aos seus cidadãos. O crescimento económico e a riqueza produzida só fazem sentido se traduzirem também um acréscimo da qualidade de vida das pessoas. Porém, à medida que as pessoas envelhecem, fatores como uma deficiente situação financeira, um estado depressivo ou limitações funcionais podem impactar negativamente na qualidade de vida, acentuando as diferenças individuais e a heterogeneidade da população. A qualidade de vida é um bem para os indivíduos, mas também para a sociedade, porque significa populações mais saudáveis e mais capazes de envelhecer de um modo autónomo e independente. Com o aumento da longevidade, a otimização da qualidade de vida ganha assim especial importância.

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