"Pensamento Eugênico em Portugal e no Brasil: Ciência, Educação e Formação Identitária Nacional"

Seminários GI
Qui . 31 Mar . 11h00 a 12h30
Sala 3 e Online
"Pensamento Eugênico em Portugal e no Brasil: Ciência, Educação e Formação Identitária Nacional"
Maria Julieta Weber

Na quinta-feira de 31 de Março (11h-12h45) temos mais um seminário do GI Identidades. A Maria Julieta Weber, professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa, irá apresentar e discutir connosco a sua investigação: Pensamento Eugênico em Portugal e no Brasil.

O seminário será presencial na sala 3 do ICS e com a possibilidade de participação online, via Zoom. Link: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85777869664

 

Pensamento Eugênico em Portugal e no Brasil: Ciência, Educação e Formação Identitária Nacional (décadas de 10 a 30 do século XX)

RESUMO: A investigação trata da produção e da circulação do pensamento eugênico produzido pela intelectualidade portuguesa e brasileira nas décadas de 10 a 30 do século XX, notadamente nos aspectos relacionados à educação e à difusão do nacionalismo. Partimos do pressuposto de que o campo educacional é importante agregador de mediações culturais que evidenciam elementos de intercâmbios e particularidades, bem como intervenções políticas e sociais. O estudo é de cunho documental e comparativo e dentre os objetivos, ressaltamos: 1) Estabelecer comparativos do pensamento eugênico entre intelectuais portugueses e brasileiros ao que denominavam por “educação eugênica” com o intuito de averiguar a sua relação com critérios de formação identitária nacional;  2) Investigar similaridades e diferenciações do pensamento eugênico de Eusébio Tamagnini (Portugal) e de Renato Kehl (Brasil), idealizadores da Sociedade Portuguesa de Estudos Eugénicos (1937) e do Instituto Brasileiro de Eugenía (1929), respectivamente, buscando demonstrar pertencimentos e sociabilidades dos intelectuais em questão. Essencial assinalar o caráter elitista da denominada educação eugênica, que tinha como prerrogativa tornar-se um recurso a ser utilizado para selecionar e proporcionar melhores condições de ensino aos chamados “bem dotados”, de maneira a reforçar o quesito da hereditariedade com base nos fundamentos da biologia racial. No que se refere à relevância em se pesquisar objetos que reportam a pretensas superioridades culturais e raciais, está em compreender que ideias de fundo racial e seletivo se constituem em amálgamas de pensamentos autoritários. Enraizamentos históricos que expressam e repercutem em preconceitos e intolerâncias às diferenciações culturais, a sustentar, inclusive, plataformas governamentais autoritárias que ressurgem em diferentes configurações e lugares na atualidade.

BIOGRAFIA DA APRESENTADORA: Graduação em História. Mestrado em Educação. Doutorado em Sociologia. Pós-Doutorado em História. Investigadora Visitante no Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa. Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Departamento de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. Programa de Pós-Graduação em História.